Manaus, 8 de maio de 2024
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Cenário

Raiff critica funk nas escolas, mas manda ritmo tocar na CMM para vereadores

O vereador conservador leu trecho de uma música de funk que, segundo ele, apresenta pornografia exacerbada e disse que é um absurdo o conteúdo sonoro em ambiente escolar.

Raiff critica funk nas escolas, mas manda ritmo tocar na CMM para vereadores

(Foto: Divulgação/CMM)

Manaus (AM) – O vereador Raiff Matos (DC) comparou, nesta quarta-feira (1º), a veiculação de música funk nas escolas com ruas esburacadas, falta de água e iluminação nos bairros da capital.

O parlamentar usou a tribuna da Câmara Municipal de Manaus (CMM) para denunciar o que ele chamou de “bando de canalhas”, os profissionais de educação que teriam colocado a música para tocar em uma escola do município.

Antes de começar o discurso, Raiff ordenou: “solta o som, DJ!” Em seguida, o vereador leu trechos da música que contém xingamentos e palavrões e afirmou que seria “normal se essa música estivesse tocando tão somente dentro de um prostíbulo”, disse o vereador, na tribuna da CMM, durante o expediente transmitido ao vivo pela internet.

“‘Cê se faz de santa, mas sei que cê é safada, fiquei sabendo que tu é solteira, achei interessante que tu de volta, aproveita o momento, curte a vida toda, quer motel de luxo, vamos viver o momento. Tem um monte de palavra, aqui, que eu não posso falar, que é pornografia exacerbada”, leu Raiff Matos.

Apesar de ter mandado colocar para tocar, o vereador disse que o assustava ver a música sendo veiculada nas escolas municipais.

“Isso é um absurdo, expor a criança ao conteúdo pornográfico dentro do ambiente acadêmico escolar. Não podemos romantizar, não podemos relativizar esse tipo de coisa”, afirmou.

O vereador disse que por ser uma fase em que a criança está em formação do caráter, o fato da música ser usada nas escolas “é muito mais importante do que o buraco, do que falta d’água, do que iluminação. Nós estamos falando de crianças que estão sendo seduzidas por um bando de canalhas dentro do ambiente acadêmico”, afirmou.

Raiff, que antes de ser eleito era cantor de música gospel, lembrou que existe uma lei de autoria do vereador, aprovada recentemente, que proíbe veiculação de músicas consideradas eróticas nas escolas. O então cantor, eleito por defender a bandeira evangélica conservadora, a menos de uma ano para as eleições municipais, sabe que precisa manter o tema visível para o eleitorado.

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