Manaus, 16 de maio de 2024
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Manaus, 16 de maio de 2024

Cenário

Sem coligações, deputados do AM podem ter ‘dificuldades maiores’ para se reeleger

A maioria dos parlamentares da Aleam tentará a reeleição e, pela primeira vez, não poderão contar com as coligações proporcionais

Sem coligações, deputados do AM podem ter ‘dificuldades maiores’ para se reeleger

Foto: Divulgação/ Aleam

MANAUS – Faltando menos de três meses para as eleições, os parlamentares da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) já estão em plena pré-campanha. A maioria dos deputados da Casa tentará a reeleição e, pela primeira vez, não poderá contar com as coligações proporcionais.

Dessa forma, os políticos intensificaram o uso das redes sociais, as visitas aos bairros e comunidades do interior do Estado – tudo a fim de fazer a diferença neste pleito.

Com a mudança, os candidatos terão uma dificuldade maior para alcançar o quociente eleitoral que, segundo o cientista político Helso Ribeiro, deve ficar em torno de 80 mil votos no Amazonas.

“Eu entendo que isso vai gerar uma dificuldade maior. Então, é cada partido por si. E a briga interna será grande”, detalhou. Ribeiro acredita que dez parlamentares não conseguirão retornar à Casa.

Foto: Divulgação/ Aleam

O quociente eleitoral é definido pela soma do número de votos válidos (excluindo-se os brancos e os nulos) dividido pelo número de cadeiras que estão na disputa. Para 2022, de acordo com as novas regras, a margem de corte para a eleição de deputados que se aproveitam das chamadas “sobras” subiu de 10% para 20% do quociente eleitoral.

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As sobras são as vagas não preenchidas pelos critérios do sistema proporcional. Dessa forma, só serão considerados para aproveitamento das “sobras” de cada partido ou federação os candidatos que alcançarem no mínimo 20% do quociente, mais um voto. Sem esquecer que os partidos ou federações deverão alcançar 80% dos votos  para estarem no páreo.

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Instabilidade política

Segundo o cientista político e professor de Política Internacional Messias Leite, historicamente, a taxa de renovação do Legislativo do Amazonas é de cerca de 1/3. Dentro dessa perspectiva, oito deputados da Aleam não conseguiriam se eleger.

No entanto, Breno Leite ressalta que o cenário atual é de “muita instabilidade política”, o que causa muita incerteza. Apesar disso, ele acredita que políticos veteranos como Serafim Corrêa (PSB), Adjuto Afonso (UB), Therezinha Ruiz (PL), Álvaro Campelo (PV), conseguirão retornar à Casa Legislativa.

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Cientista político Breno Leite – Foto: acervo pessoal

“Quanto à reeleição, eu acredito que sim. São políticos bastante conhecidos da população. São candidatos com um certo eleitorado, que já conseguiram construir a sua base de eleitores. Então, a tendência é que haja uma reeleição. Essa reeleição, ela não acontece quando os deputados se distanciam das suas bases”, explicou.

Cientista político Helso Ribeiro – Foto: Acervo pessoal

Já Helson Ribeiro não é tão otimista assim e vê como incerta essas reeleições. “A Therezinha Ruiz mudou de partido, foi eleita pelo PSDB, está no PL. Álvaro Campelo enfrentou problemas de saúde, não sei como está o contato dele com o eleitorado. O Adjuto é um nome tradicional, mas teve alguns problemas partidários. Serafim sempre esteve no PSB, é o nome principal do PSB”, refletiu.

Diferencial

Breno Leite destaca como diferencial neste pleito o aumento do uso das redes sociais pelos candidatos, e o “hiperatismo judicial nas campanhas”, tendo em vista as ações do novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes.

“Talvez os deputados fiquem até um pouco mais receosos de tomarem certas decisões e terem suas candidaturas manchadas e cassadas pelo ministro”, pontuou.

*Com informações do Jornal Opção