Manaus, 3 de maio de 2024
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Manaus, 3 de maio de 2024

Política

Senador Randolfe vai entrar com ação no TSE contra Bolsonaro por ‘discurso de ódio’

Ainda esta semana iremos propor representação ao TSE para responsabilizar Jair Bolsonaro por discursos de ódio e incitação à violência", escreveu em sua rede social

Senador Randolfe vai entrar com ação no TSE contra Bolsonaro por ‘discurso de ódio’

Foto: Divulgação/ Agência Estado e Agência Brasil

Faltando menos de 3 meses para as eleições presidenciais, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que irá enviar uma representação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para responsabilizar o presidente Jair Bolsonaro (PL) por proferir discursos de ódio e incitar a violência.

“As instituições, candidatos e partidos comprometidos com a democracia têm a obrigação de reagir ao avançar da barbárie bolsonarista. Ainda esta semana iremos propor representação ao TSE para responsabilizar Jair Bolsonaro por discursos de ódio e incitação à violência”, escreveu em sua rede social.

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A declaração de Rodrigues foi feita após o guarda municipal Marcelo Arruda, que também era tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR), ser assassinado durante a comemoração de seu aniversário de 50 anos no clube da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu (Aresfi) na noite do último sábado, 9. Conforme o boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil, ele foi morto a tiros por Jorge José da Rocha Guaranho, agente penal federal e apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL). Arruda, segundo o registro policial, revidou e disparou contra o agressor, que está internado em estado grave.

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No domingo, 10, presidenciáveis e autoridades dos três Poderes manifestaram preocupação com uma possível escalada da tensão nas eleições deste ano e condenaram a violência durante a pré-campanha, que terá início oficialmente em agosto. A repercussão do episódio movimentou grande parte do mundo político em um contexto de disputa polarizada e de acirrada tensão entre petistas e bolsonaristas. Lula declarou solidariedade aos familiares e amigos de Arruda e disse que Guaranho foi influenciado pelo “discurso de ódio estimulado por um presidente irresponsável”.

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Ao se manifestar sobre o crime em Foz do Iguaçu, Bolsonaro pediu “que as autoridades apurem seriamente o ocorrido e tomem todas as providências cabíveis”. O presidente reproduziu mensagens de 2018, nas quais diz dispensar apoio de quem usa da violência contra os opositores, mas acusa a esquerda de historicamente recorrer a essa prática – na campanha daquele ano, Bolsonaro foi alvo de uma facada. Ele ainda cobrou providência “contra caluniadores que agem como urubus para tentar” prejudicá-lo “24 hora por dia”.

O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, disse que o ódio político precisa “ser contido para evitar que tenhamos uma tragédia de proporções gigantescas”.

Simone Tebet, pré-candidata à Presidência pelo MDB, mostrou preocupação com o acirramento da polarização política no País. “Esse tipo de situação escancara de forma cruel e dramática o quão inaceitável é o acirramento da polarização política que avança sobre o Brasil. Esse tipo de conflito nos ameaça enormemente como sociedade.”

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, tomou o episódio como exemplo para condenar “a intolerância, a violência e o ódio” por motivação eleitoral. “São inimigos da democracia e do desenvolvimento do Brasil. O respeito à livre escolha de cada um dos mais de 150 milhões de eleitores é sagrado e deve ser defendido por todas as autoridades no âmbito dos três Poderes”.

O presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD), disse que o assassinato em Foz do Iguaçu é a “materialização da intolerância”.

(*) Com informações da Agência Estado