Manaus, 16 de abril de 2024
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Brasil

Senadores querem tirar Renan Calheiros da relatoria da CPI da Pandemia

Parlamentares dizem que senadores parentes de investigados na CPI da Pandemia, como Renan Calheiros, devem ser impedidos

Senadores querem tirar Renan Calheiros da relatoria da CPI da Pandemia

Jorginho Mello, Marcos Rogério e Eduardo Girão apresentaram requerimento contra Calheiros. Foto: Agência Senado

BRASÍLIA, DF – Três senadores apresentaram um pedido nesta quarta-feira (28) para tirar o senador Renan Calheiros (MDB-AL) da relatoria da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia. Marcos Rogério (DEM-RO), Jorginho Melo (PL-SC) e Eduardo Girão (Podemos-CE) entraram com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o alagoano.

Os parlamentares, que também integram o colegiado, argumentam que os congressistas com parentesco em primeiro grau com possíveis alvos da investigação devem ser considerados impedidos. Renan Calheiros é pai do governador de Alagoas.

Durante a sessão de instalação da CPI, os mesmos parlamentares tentaram impedir Calheiros de assumir a relatoria. No entanto, o presidente eleito para o colegiado, o senador Omar Aziz (PSD-AM) eleito indeferiu a questão de ordem de Jorginho Mello e Marcos Rogério (DEM-RO) contra as indicações dos senadores emedebistas Renan Calheiros e Jader Barbalho (PA) para integrar o colegiado.

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Na ocasião, os senadores, como pais de governadores de estado, Renan Filho (AL) e Helder Barbalho (PA), respectivamente, os parlamentares seriam suspeitos. O questionamento foi feito porque os chefes dos executivos estaduais podem ter que explicar à CPI a aplicação de recursos repassados pela União para o enfrentamento da pandemia.

Liminar contra Renan

Em meio à polêmica sobre a indicação de Renan para a relatoria da CPI da Pandemia, uma liminar da Justiça Federal de Brasília que vetava a indicação de Calheiros foi cassada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1). A liminar foi pedida pela deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), e foi cassada por meio de recurso apresentado pela Advocacia-Geral do Senado e pelo MDB.

Antes da decisão do TRF1, o presidente do senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) afirmou a escolha dos membros da CPI é uma definição exclusiva da Casa.

“A escolha de um relator cabe ao presidente da CPI, por seus próprios critérios. Ou seja, trata-se de questão interna corporis do Parlamento, que não admite interferência de um juiz. Desta forma, a preservação da competência do Senado é essencial ao estado de direito. A Constituição impõe a observância da harmonia e independência entre os poderes”, disse Pacheco.

Ao assumir oficialmente os trabalhos, Aziz anunciou Renan na relatoria e se comprometeu em conduzir os trabalhos de forma técnica, “sem buscar nada além da verdade, seja contra quem for”. “Não podemos proteger ninguém em nome de quase 400 mil óbitos”, ressaltou.

(*) Com informações da Agência Brasil.