Manaus, 9 de maio de 2024
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Cenário

‘Sepultamos o puxadinho’: Amom e Guedes comemoram após CMM desistir de obra de R$ 32 milhões

Depois de meses, a CMM pôs um fim na construção do puxadinho milionário do vereador David Reis

‘Sepultamos o puxadinho’: Amom e Guedes comemoram após CMM desistir de obra de R$ 32 milhões

Foto: Reprodução

Manaus, AM – Chegou ao fim a insistência para a construção do anexo 2 da Câmara Municipal de Manaus, conhecido como “puxadinho”. A obra de R$ 32 milhões estava sendo defendida com unhas e dentes pelo presidente da CMM, o vereador David Reis (Avante), mas foi derrubada após os vereadores Amom Mandel (União Brasil) e Rodrigo Guedes (PSC) travarem uma briga na Justiça, que acabou sepultando de vez o “puxadinho”.

O processo licitatório para que a Câmara pudesse construir o anexo 2 estava suspenso pela Justiça. No entanto, a revogação foi publicada no Diário Oficial da CMM na última sexta-feira (4), tendo como justificativa de “razões de interesse público, decorrente do Princípio da Autotutela, em que a Administração Pública pode rever seus atos a qualquer momento”.

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Antes de oficializar o fim da licitação para construir o puxadinho, David Reis afirmou em entrevista que “infelizmente” o fizeram desistir da obra. Durante a fala, Reis não deixou de defender os benefícios que a construção do anexo 2 traria, e ainda destacou que não foi perseguido.

“Não vou retomar mais a licitação. Infelizmente, me fizeram desistir. Seria o primeiro prédio público construído de frente para o rio. Fui tão perseguido e alvo de maldade que nem me deram a oportunidade de esclarecer os detalhes da construção”, pontuou, na entrevista.

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Foto: Reprodução

Nas redes sociais, o vereador Amom Mandel comemorou a desistência da CMM para conseguir concretizar a obra. Ele e o vereador Rodrigo Guedes foram os responsáveis pelo entrave para que Reis conseguisse prosseguir com o processo licitatório.

“Sepultamos de vez o puxadinho milionário de 32 milhões que a Câmara Municipal queria construir. Agora estamos na luta pra enterrar de uma vez o aumento absurdo do Cotão”, escreveu o vereador.

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Na época, quando David Reis lamentou que o tão sonhado puxadinho não seria construído, Guedes também comemorou a notícia e disse que isso era uma vitória.

“O projeto está definitivamente enterrado! Mas estamos vigilantes em qualquer tentativa de ressuscitação desse projeto! Não fosse a nossa ação [com Amom Mandel], a essa altura do campeonato o prédio já estaria pelo menos 20% concluído! Uma obra que começa com 32 milhões terminaria facilmente em 40 milhões com os famosos aditivos da obra! Estamos fazendo história representando os anseios da população”, escreveu o parlamentar.

Obra milionária

O Portal Amazonas 1 mostrou todo o processo do anexo 2 que chegou ao fim nesta semana. A obra custaria R$ 32 milhões aos cofres públicos e foi aprovada por grande parte dos vereadores, que são favoráveis ao presidente da CMM e ao prefeito David Almeida (Avante).

A obra foi aprovada por David Reis com a justificativa de que os vereadores do parlamento municipal precisam de condições dignas de trabalho, como gabinetes maiores, além de ampliar o parlamento para receber mais vereadores quando Manaus atingir a marca de 51 milhões de habitantes. O valor da construção era 10 vezes maior que o orçado durante a construção do Anexo I, em 2018, que custou cerca de R$ 4,4 milhões.

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Foto: Divulgação

Desde então, a licitação foi parar na Justiça e entre uma suspensão e outra, David Reis finalmente desistiu de realizar a construção. Entre as decisões para barrar a obra, o juiz Francisco Carlos G. de Queiroz afirmou que não há argumentos para que fosse anulada a decisão que suspendeu a licitação, uma vez que já havia determinado a não utilização do dinheiro público visando ao número maior de parlamentares.

O vereador David Reis tentou recorrer da decisão em diversos momentos, mas foi derrotado na Justiça pelos colegas de Casa. Como justificativa, o parlamentar afirmou que Manaus sofreria um “dano irreparável” caso a obra não fosse feita, dano este que não conseguiu ser provado por meio da apelação feita pela procuradoria da CMM junto ao Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM).