Vereadores e suas pérolas na CMM: ônibus rosa, Big Brother, peido e impressão de foto com máscara

Manaus/AM – Os vereadores da Câmara Municipal de Manaus (CMM) têm apresentado alguns projetos de lei um tanto quanto inúteis, levando em consideração o cenário pandêmico que a capital vive. Por esse motivo, inclusive, os projetos deveriam ter temáticas e objetivos essenciais.

O PL ocioso mais recente apresentado na Casa Legislativa é do vereador Everton Assis (PSL), que, sem se dar conta de que já não há ônibus suficientes e de qualidade para a população em geral, quer a disponibilização de ônibus rosa específico para mulheres e crianças, nos horários de pico do trânsito manauara, para evitar casos de assédio sexual.

A ideia é boa, mas nota-se que não foi bem pensada. De acordo com o texto do projeto, que ao invés de pedir policiamento nos veículos para a proteção das mulheres, propõe que o coletivo deverá transitar nos horários entre 6h às 9h e 17h às 20h, de segunda a sexta-feira.

Além disso, segundo o projeto, a empresa que não obedecer será multada em R$ 3 mil e o homem que entrasse no ônibus de forma indevida, teria que pagar R$ 200.

Manauara ou manauense?

Outro projeto que não condiz com a realidade e com o caos que vive a capital é o do vereador Elan Alencar (PROS), protocolado na CMM, a definição de “manauara” quem nasceu na capital. Em meio aos problemas enfrentados pela população em decorrência da covid-19, o vereador priorizou a definição do uso do gentílico como medida parlamentar.

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No texto do projeto, o vereador justifica que a lei vai servir como “princípio norteador” da atribuição entre manauaras e manauense.

Máscara com fotos

E a vereadora Professora Jacqueline (Podemos) fez uma indicação polêmica à Prefeitura de Manaus. Ela pediu à Secretaria Municipal de Educação (Semed) que confeccionasse máscaras de proteção contra a covid-19 com a foto dos respectivos professores. De acordo com a vereadora, no texto do PL, o objetivo é que os alunos da rede pública possam identificar os professores nas instituições e salas de aula.

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“É preciso pensar que há uma proximidade muito grande, afetiva e de cuidado, entre educadores e alunos, principalmente os da Educação Infantil. Ao voltar para as aulas depois de tanto tempo afastados, eles podem estranhar ver um adulto com quem tiveram pouco contato no começo do ano com a metade do rosto coberto, bem como ter dificuldade em reconhecê-lo”, diz o PL.

Outras pérolas

Além dos projetos incoerentes com a situação de Manaus, alguns pronunciamentos e atividades desenvolvidas pelos parlamentares deixam a desejar para o cidadão manauara (ou será manauense?) que os tem como representantes na CMM.

Nesta semana, por exemplo, a vereadora Glória Carrate (PL) usou o seu tempo de fala para emergir o beijo que ocorreu no dia anterior entre dois homens participantes do Big Brother Brasil 21, da Glogo, Gilberto e Fiuk. Ela repudiou o caso e classificou como uma ‘vergonha’ e ‘falta de respeito’.

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“Eu gostaria de deixar aqui meu repúdio e contar aqui com a colaboração de todos os vereadores, vossa excelência sabe que nós estamos aqui primando sempre pelo bom comportamento, criação dos nossos filhos, uma vez que tudo está banalizado. Os valores se inverteram. É uma vergonha o que apareceu e está nas redes sociais, os dois se beijando e a Globo mostrando isso”, disse.

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Após ter sido duramente criticada e julgada, inclusive, como homofóbica, Glória Carrate se retratou. Nas redes sociais, ela afirmou que o seu repúdio foi referente “aos dois participantes terem ficados nus, e, de conseguinte beijaram-se”, e que “não fez juízo de valor quanto à inclinação sexual dos participantes”.

‘Peido parlamentar’

Dias antes, a polêmica da vez girava em torno do vereador William Alemão (Cidadania), que na última sexta-feira (23), postou um vídeo em suas redes sociais fazendo uma dancinha do TikTok, nas dependências da CMM e em horário de expediente, o que gerou duras críticas ao vereador e levantou dúvidas sobre possível quebra de decoro.

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Após a repercussão negativa, Alemão pediu desculpa e excluiu o vídeo das redes sociais. A Comissão de Ética da Casa Legislativa, que inclusive é presidida pela vereadora Glória Carrate, após hesitar se pronunciar, reprovou a conduta do vereadora, mas espera uma denúncia formal.

 

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