Em nota encaminhada na noite desta quarta-feira, 10, o Instituto de Traumato Ortopedia do Amazonas (IOT) lamentou a declaração do Governador do Estado do Amazonas Wilson Lima (PSC), que afirmou durante coletiva na sede do Governo, que ‘todas as empresas e cooperativas estão recebendo em dia’ e que ‘não há nenhuma empresa, nenhuma cooperativa sequer que esteja com pagamento atrasado’.
O Instituto de Traumato Ortopedia do Amazonas, empresa de especialidades médicas que presta serviços em nove estabelecimentos de saúde da capital, informou que nesta quarta-feira, recebeu um dos pagamentos que estavam em atraso, correspondente ao mês fevereiro de 2019.
Wilson Lima aparentava nervosismo durante a coletiva de imprensa (Reprodução)
Os sócios médicos do ITO informam que não houve nenhuma paralisação dos serviços nesta quarta-feira, como anunciado pela própria instituição, devido à solicitação do Governo feita no dia anterior e acatada pela categoria como mais um voto de confiança na administração Estadual.
O ITO afirmou que continua sem receber pelos meses trabalhados de outubro e dezembro de 2018 e espera solução para a quitação dos débitos. Os valores deveriam ser quitados com parte do valor do FTI (R$ 350 milhões).
Questionado sobre a falta de pagamento dos profissionais da saúde, Wilson Lima disse que não existem atrasos: “Todas as empresas e cooperativas estão recebendo em dia, não há nenhuma empresa que esteja com pagamento atrasado. Não há nenhum fornecedor da área de saúde que esteja com atrasos. Nós estamos cumprindo com que foi acordado. Estamos pagando em dia tudo que ficou atrasado. A primeira parcela, 30% que foi acordado, já foi pago”, disse Wilson Lima.
Durante o discurso de Wilson Lima, profissionais da saúde protestavam por falta de pagamentos e relatavam o descumprimento do Governo pelo acordo firmado. A expectativa era que o Governo investisse os 40% (R$ 350 milhões) que foram retirados do interior para quitar dívidas de atrasos na área da saúde. No entanto, isso não aconteceu.
Devido ao não pagamento, o Instituto de Traumatologia e Ortopedia havia resolvido suspender os atendimentos ambulatoriais, cirurgias eletivas e nos SPAs, até que sejam regularizados os pagamentos que foram acordados. Entretanto, após receber uma parcela do Governo, resolveu normalizar os trabalhos.
Leia a nota na íntegra a nota do ITO
O Instituto de Traumato Ortopedia do Amazonas, Empresa de Especialidades Médicas que presta serviços em Nove estabelecimento de saúde da capital, informa que nesta quarta-feira, 10/04/19 recebeu um dos pagamentos que estavam em atraso, correspondente ao mês Fevereiro/19..
Os sócios médicos do ITO AM, informam ainda que não houve nenhuma paralisação dos serviços nesta quarta-feira, como anunciado pela própria instituição, após solicitação do Governo feita no dia anterior e acatada pela categoria como mais um voto de confiança na administração Estadual.
O ITO Am reitera seu compromisso e responsabilidade com a população, que acompanha ao longo dos anos os problemas enfrentados pelo setor da saúde no estado, incluindo desvios de verba para a corrupção.
O Instituto de Traumato Ortopedia do Amazonas também lamenta a declaração do Sr Governador do Estado do Amazonas Wilson Lima, que afirmou durante coletiva com os Jornalistas nesta quarta-feira na sede do Governo que “todas as empresas e cooperativas estão recebendo em dia” e que “não há nenhuma empresa, nenhuma cooperativa sequer que está com pagamento atrasado”.
O ITO Am afirma que continua sem receber pelos meses trabalhados de Outubro e dezembro de 2018 e espera solução para a quitação dos débitos.
Os 112 profissionais do ITO Am agradecem a compreensão da população e informam que continuam trabalhando normalmente nas nove unidades de saúde do estado: Danilo Corrêa, Zeno Lanzine, 28 de Agosto, HPS João Lúcio, Platão Araújo, Adriano Jorge, Prontos-Socorros infantis zona sul, zona Oeste e zona leste. Atenciosamente: ITO Am
Desculpas
Wilson Lima disse que é ‘atacado’ por pessoas que não tem coragem de se apresentar. “Não temos nada a esconder, mas, existem pessoas que não querem ver a verdade. Eu e minha equipe estamos trabalhando. Nós temos provado que estamos sendo eficientes. Quando entramos no Governo, a Cema (Central de Medicamentos do Amazonas), só tinha 2% dos medicamentos que deveriam ter lá. Hoje as unidades hospitalares estão abastecidas”, disse Lima.
Entretanto, a realidade do Estado é outra. Em uma audiência pública na Comissão da Saúde da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE-AM), foi apresentado um dossiê com todos os medicamentos que faltavam nas unidades de saúde, alguns deles, essenciais para tratamentos contínuos dos pacientes.
Veja o documento
LISTA DE MEDICAMENTOS-FALTA-UNIDADES-AMAZONAS
O relatório mostra que no Hospital João Lúcio, na zona Leste de Manaus, mais 60 itens estão faltando. No Hospital 28 de Agosto, o estoque dos medicamentos eram zero, com a ausência de 36 itens. No Hospital João Lúcio, o estoque também era zero, com a falta de mais de 50 itens. Na maternidade Ana Braga, faltava mais de 35 itens, com grande parte do estoque zerado.
A discrepância é tanta, que por falta de material e medicamentos na Maternidade Ana Braga, uma grávida ficou com um feto morto por três dias.
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Por falta de material em maternidade, grávida ficou 3 dias com feto morto
Esse não foi o único caso na área da saúde. Ainda no mês de março, profissionais terceirizados, pacientes e familiares protestaram contra a falta de medicamentos e pagamentos. Veja o vídeo:
Educação
Sobre a situação da Educação, Wilson Lima disse que o Governo sempre esteve aberto ao diálogo, mas, as recentes publicações do Sindicato dos Professores do Amazonas (Sinteam), mostram que existem ‘falácias’ no discurso do governador.
Veja:
“Com relação à data-base dos professores, estamos pagando. No mês de janeiro, eu já autorizei um aumento de 9,88% para os professores, e agora estou concedendo a data-base”, disse Wilson Lima.
Entretanto, o valor de 3,93% não agrada a categoria, que já marcou data para a paralisação nas escolas. O Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus (Asprom) busca reajuste de 15% baseado no estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mas Wilson Lima disse que por conta da Lei de Responsabilidade Fiscal, não pode oferecer porcentagem maior.
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