MANAUS – Após o desastre que matou oito pessoas e deixou vários desabrigados em Manaus, moradores da Comunidade Monte Cristo, bairro Monte das Oliveiras, na zona norte da capital, temem uma nova tragédia.
A área foi uma das mais afetadas pela chuva no último domingo (12). Apesar de não ter ocorrido nenhuma morte nessa região, pelo menos 36 famílias já deixaram as suas casas, segundo a Prefeitura de Manaus. Outros moradores continuam nas proximidades.
Na manhã dessa terça-feira (14), em entrevista ao Portal AM1, os moradores relataram que estão apreensivos, temendo que o barranco ceda mais e leve outras residências.
A dona de casa Marcilene Salgado Cardoso, de 26 anos, mora bem próximo de uma cratera. Ela contou que entrou em desespero ao perceber o momento que o barranco estava cedendo e as casas estavam caindo.
“A gente entrou em desespero”, disse. E relatou que está apreensiva. “É preocupante, porque eu não consigo dormir de noite”, completou.
Segundo Marcilene e outros moradores da região, todos os dias, em decorrência do grande volume de chuva, o barranco tem caído aos poucos, o que causa muita preocupação à comunidade.
De acordo com a moradora, ela e o esposo já chegaram a conversar com o filho para se preparar quando perceberem algo anormal no solo. O filho, Bruno Heitor, de apenas 4 anos, já se preocupa quando acha algo estranho na área de terra e diz: “mamãe já vai chover”.
Marcilene, o esposo, o filho e sua mãe, continuam morando no local, que já está bem próximo da parte cedida do barranco. Ela relatou que, pela repercussão nacional que o caso tomou, sua irmã, que mora em outro estado, viu o que está acontecendo e irá enviar uma ajuda financeira para a família, que não tem como sair da casa no momento.
A família está entre uma das inscritas no auxílio-aluguel de R$ 600, da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (Semasc), porém, Marcilene afirmou que irá receber o valor apenas 20 dias após a inscrição, que foi feita no sábado (11), quando aconteceu o deslizamento. Ao menos três casas foram levadas no deslizamento.
Segundo a moradora, autoridades responsáveis avaliaram a sua casa há pelo menos 15 dias, porém, afirmaram a ela que a casa não apresentava risco de desabar. No entanto, após o barranco ceder, Marcilene solicitou para que a Defesa Civil incluísse a sua casa para receber o auxílio-aluguel.
A equipe de reportagem entrou em contato com a Semasc, que enviou uma resposta quanto ao que será feito pelos moradores:
“Em todas as zonas da cidade que a Defesa Civil detectou situação de risco, a Semasc está atuando no atendimento às famílias. Como o trabalho ainda continua, não temos a consolidação dos dados por bairro”.
A secretaria informou que ainda passará as informações necessárias nos próximos dias.
Veja vídeos do local:
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