Manaus, 19 de maio de 2024
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Cenário

Amazonas pode ser o ‘Rio’ de amanhã, diz texto de jornal

Amazonas pode ser o ‘Rio’ de amanhã, diz texto de jornal

No Amazonas, disputa de facções em presídios deixou 56 mortos no primeiro dia de 2017 (Foto: EBC)

A intervenção do Governo Federal na segurança pública do Rio de Janeiro, com um general assumindo o cargo de interventor, traz um alerta para outros Estados brasileiros, de acordo com texto publicado ontem, 19, no jornal O Estado de São Paulo. Segundo a publicação, nenhuma Unidade da Federação está tranquila e a situação é pior no Rio Grande do Norte, Maranhão e Amazonas, “onde as brigas pelo controle dos presídios tomaram grandes proporções”.

Violência avança no País e Amazonas está entre os locais mais críticos

No Amazonas, disputa de facções em presídios deixou 56 mortos no primeiro dia de 2017 (Foto: EBC)

No início do ano passado, 56 detentos foram mortos no dia 1º de janeiro, no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), depois que integrantes da facção criminosa Família Do Norte (FDN) matou membros do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Segundo texto do UOL, desde agosto de 2016, carcereiros e presos sabiam que a cadeia estava perto do “dia do apocalipse”.

Em novembro, os chefes da FDN avisaram que queriam esvaziar as celas especiais dos ‘jacks’, como são chamados os estupradores, para transformá-las em ‘motel’ durante as visitas íntimas. Eles passavam em frente às destinadas ao pessoal do PCC e diziam que “a hora de vocês vai chegar”.

Intervenção no Rio é votada hoje no Senado

O texto é assinado pelo jornalista, advogado e secretário geral da Academia Paulista de Letras, Antonio Penteado Mendonça. A publicação afirma que as estatísticas mostram que a violência corre solta de norte a sul do País e mesmo os Estados mais desenvolvidos estão no fundo do poço. “E a situação tende a se agravar com a criminalidade crescendo neles também”.

Nesta terça-feira, 20, o Senado deve realizar, às 18h (de Brasília), uma sessão extraordinária destinada a votar o decreto que autoriza a intervenção federal no Rio. Como se trata de um decreto presidencial, ele já está em vigor, mas cabe ao legislativo referendar ou revogar a decisão de Michel Temer.

Ontem, a Câmara dos Deputados aprovou, por 340 votos a 72, o decreto. Após mais de seis horas de discussões e táticas de obstrução pelos contrários à medida, os deputados acataram o parecer da deputada Laura Carneiro (MDB-RJ) favorável à medida, anunciada pelo presidente Michel Temer na última sexta-feira (16).

Durante as votações, deputados favoráveis e contrários à medida se revezaram na tribuna. Para o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), a votação precisava ser adiada para que o governo dissesse de onde viriam os recursos para que a intervenção entre efetivamente em ação. “É o momento importante para se fazer um balanço jamais feito das 29 operações de Garantia da Lei e da Ordem ocorridas no país desde 2010. Alguém tem um relatório da eficácia disso?”, questionou o parlamentar.

Já para o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), a intervenção federal é prevista constitucionalmente e cabe ao Congresso Nacional aprovar ou não a iniciativa do Poder Executivo. “Lamento que alguns partidos prefiram fazer o discurso hipócrita e de enganação ao povo do meu estado, que já não aguenta mais insegurança em todos os lugares. Nós precisamos urgentemente, no Rio de Janeiro, que a Constituição seja cumprida. Intervenção federal já. E hoje vocês decidem: andar com os bandidos do PCC, do Comando Vermelho e do Terceiro e por aí, ou [aprovarem o decreto]”, defendeu.