IRANDUBA, AM – A destinação de resíduos sólidos no município de Iranduba, a 30 km de Manaus, tem sido o pivô de um intenso conflito entre comunidades rurais, catadores de lixo, a prefeitura e a empresa idealizadora do projeto de um aterro sanitário: a Norte Ambiental.
Atualmente, todo o lixo do município é despejado em um lixão no ramal do Janauari, sem qualquer seleção dos resíduos sólidos por parte do poder público, apenas de catadores. O projeto do aterro promete resolver o problema.
Em uma série de reportagens, o Portal AM1 mostra todos os lados desse conflito. Confira primeira parte da reportagem ao final da matéria.
O principal foco das divergências são os possíveis impactos ambientais que serão causados na área, o risco de poluição das nascentes e a plantações em regiões próximas. Além disso, o aterro ficaria próximo a uma área turística o que, segundo os moradores, comprometeria os negócios da região.
Durante algumas semanas, o Portal AM1 conversou com a população e autoridades. Um dos moradores da Vila de Paricatuba, o topógrafo e empresário Eduardo Izel, comanda um estudo sobre a poluição às águas e teme os impactos negativos da obra.
O projeto
O Estudo de Impactos Ambientais (EIA/RIMA) foi apresentado pela Norte Ambiental ao Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) e aos moradores das comunidades rurais em uma série de audiências públicas.
Conforme o documento, o aterro sanitário ou Sistema de Tratamento e Destinação de Resíduos Iranduba (STDR) possuirá uma área total de aproximadamente 225,14 hectares, sendo construído em uma Área Diretamente Afetada (ADA) de 39,98 ha. A empresa promete implantar uma série de ações mitigatórias para reduzir os impactos negativos.
O aterro teria, inicialmente, capacidade para receber 3 mil toneladas de lixo por dia e pode atender aos municípios: Autazes, Careiro, Careiro da Várzea, Iranduba, Itacoatiara, Itapiranga, Manacapuru, Manaquiri, Novo Airão, Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva, Silves e Manaus.
Durante as audiências, catadores de lixo de comunidades protestaram contra o licenciamento do aterro e levaram o caso à Justiça, iniciando uma batalha jurídica em torno do projeto.
Por outro lado, o município, assim como as outras 61 cidades do Amazonas, precisa encontrar uma solução para a destinação dos resíduos sólidos, a fim de erradicar os lixões e se adequar à Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Assista à reportagem:
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