Manaus, 3 de maio de 2024
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Cenário

Bolsonaristas criticam ministros por julgamento de réus do 8/1

Por maioria, os ministros do STF condenaram três réus pela prática dos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Bolsonaristas criticam ministros por julgamento de réus do 8/1

(Foto: Câmara/Aleam)

Brasília (DF) – Ao menos três políticos se manifestaram criticando o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) dos réus pelas invasões nas sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro deste ano. Três da lista de 1,3 mil pessoas envolvidas na tentativa de golpe de Estado foram julgadas e condenadas na última quinta-feira (14).

O deputado federal Alberto Neto (PL) afirmou, em suas redes sociais, que as condenações são “desproporcionais” e que o julgamento pareceu uma demonstração de “poder de vingança” e uma tentativa de “intimidar” a população.

“Somos a favor da justiça, sim, mas é preciso entender a proporção de cada ato julgado e aplicar penas condizentes com os mesmos. Infelizmente a impressão que temos é que a justiça brasileira está atuando de forma parcial, e isso compromete seriamente a credibilidade do poder judiciário do nosso país”, afirmou o deputado.

(Foto: Reprodução/@capitaoalbertoneto)

Porém, o deputado também não fez nenhuma postagem contra os ataques dos vândalos que depredaram as sedes do Senado, STF e da Câmara dos Deputados, onde o próprio Alberto Neto atua como parlamentar. Só na Câmara, o dano ao patrimônio foi estimado em R$ 3 milhões.

Quem também não criticou o vandalismo no dia 8 de janeiro foi o ex-superintendente da Zona Franca de Manaus (Suframa), Coronel Menezes (PL), que perdeu a eleição para o Senado em 2022. Após a invasão, Menezes tratou de questionar a suposta dispensa da guarda do Planalto, 20 horas antes da invasão.

“Nenhuma das fontes revelou porque o GSI, sob responsabilidade do general Marco Edson Gonçalves Dias, nomeado pelo presidente Lula, dispensou o reforço e qual o motivo de ter demorado a agir”, disse Menezes em um post.

 

(Foto: Instagram/@coronel.menezes)

Sobre o julgamento dos réus no STF, Menezes compartilhou um vídeo do desembargador aposentado Sebastião Coelho da Silva, em que classificou os ministros dos STF como “as pessoas mais odiadas do país”.

“O Desembargador aposentado Sebastião Coelho olhou nos olhos dos ministros do STF e disse com todas as letras o que a maioria dos brasileiros sente por eles. Infelizmente a opinião popular pouco importa para eles… O conceito de democracia desenvolvido pelo STF é próprio e o poder não emana do povo”, diz Menezes na legenda do vídeo.

Na mesma linha do pai, a deputada Débora Menezes (PL) compartilhou o vídeo da advogada Larissa Claudia Lopes de Araújo, que chorou durante a defesa do réu Matheus Lima de Carvalho Lázaro.

(Foto: Instagram/@deboramenezesm)

Na legenda do vídeo, Débora afirma que “todo povo brasileiro já foi sentenciado à ditadura da toga”, referindo-se aos ministros do Supremo.

Os três primeiros condenados

Por maioria, o colegiado seguiu o voto do relator, ministro Alexandre de Moraes, e condenou Aécio Lúcio Costa Pereira, Thiago de Assis Mathar e Matheus Lima de Carvalho Lázaro pela prática dos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Para Aécio Lúcio e Matheus Lima foi imposta a pena de 17 anos de prisão; para Thiago Mathar, a sanção foi de 14 anos. Os três foram condenados também ao pagamento de 100 dias-multa, cada um no valor de um terço do salário mínimo.

Eles ainda terão que pagar indenização a título de danos morais coletivos no valor de R$ 30 milhões, a ser quitado de forma solidária com todos os que forem condenados.

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