Manaus, 2 de maio de 2024
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Manaus, 2 de maio de 2024

Cenário

Disputa pelo Governo do AM tem muitos nomes, mas poucos com chances reais, diz especialista

As eleições deste ano, marcadas para outubro, já têm demonstrado que a disputa será bastante acirrada. No cenário local, são cerca de 10 nomes de olho na cadeira de governador do Amazonas

Disputa pelo Governo do AM tem muitos nomes, mas poucos com chances reais, diz especialista

Ao menos 10 nomes estão “nas ruas” de olho na cadeira de governador do Amazonas, ocupada atualmente por Wilson Lima (União Brasil), candidato à reeleição. A maioria, entretanto, fará apenas figuração. É o que diz o especialista em pesquisas eleitorais Afrânio Soares, entrevistado pelo Portal AM1 nesta quarta-feira (6).

Nomes fortes

Embora ainda falte cerca de sete meses para o pleito, o especialista em pesquisas eleitorais, Afrânio Soares, aponta que os principais nomes na disputa são de Wilson Lima, Amazonino Mendes e Eduardo Braga. Segundo ele, Lima se fortaleceu bastante ingressando no União Brasil, um dos maiores partidos do país, atualmente, além de ter afirmado que possui apoio de mais da metade dos prefeitos do interior.

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Foto: Divulgação

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“Eu acho que a coisa está caminhando para a seguinte questão: nós tínhamos até então um número maior de candidatos. Se a gente for recapitular, nós temos o próprio governador Wilson Lima, que continua sendo candidato e agora fortalecido pelo partido que ele ingressou, o União Brasil, e pelo arco de alianças que fez na última semana, antes do fechamento da janela partidária”, disse.

Até o momento, os pré-candidatos ao Governo do Amazonas são: Wilson Lima (União Brasil); os ex-governadores Amazonino Mendes (Cidadania) e Eduardo Braga (MDB); a ex-secretária de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), Carol Braz (PDT); o petista João Pedro (PT), o advogado Marcelo Amil (PCdoB); o senador Plínio Valério (PSDB), o deputado estadual Ricardo Nicolau (Solidariedade); o ex-vice governador Henrique Oliveira (Podemos) e a reitora da Fametro, Maria do Carmo Seffair (PSDB).

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Com mais de 80 anos, Amazonino segue insistindo no retorno à vida política e aposta na pauta da juventude ao lado do vereador Amom Mandel, que se filiou ao Cidadania logo após Amazonino. Em 2020, ele foi candidato à Prefeitura de Manaus e chegou a ir para o segundo turno com o David Almeida (Avante), que venceu o pleito. Ele tenta, agora, a cadeira de governador pelo Cidadania, que vai formar federação com o PSDB.

“Temos o ex-governador Amazonino Mendes, que conseguiu confirmar um partido. Ele foi para o Cidadania, que vai fazer uma federação, que é mais ou menos a mesma coisa que antes as coligações faziam, só que é obrigatório permanecer coligado durante quatro anos. Amazonino deve vir numa chapa para governador, numa federação entre o PSDB e o Cidadania, que é o partido que ele está no momento”, disse Afrânio.

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Embora não tenha feito um anúncio oficial, o senador Eduardo Braga é um dos nomes cotados no pleito, segundo o especialista. Porém, ele pode desistir da candidatura e se limitar apenas a apoiar um dos postulantes. A especulação de Soares é que o emedebista apoie Amazonino para o governo ou Arthur para o Senado.

Foto: Divulgação

“O senador Eduardo Braga, até então, manifesta o desejo de vir pelo MDB. Apesar de não ter havido uma negativa, porque todo mundo pode ainda continuar pré-candidato majoritário até a data das convenções. Mas o que se percebe é que pode ser que o senador Eduardo Braga não venha a concorrer para o governo, mas venha a compor de alguma forma, apoiando ou participando, da campanha de Amazonino Mendes e também para o senador na campanha de Arthur Neto”, afirmou.

Além desses nomes considerados por Afrânio Soares como os principais, ele também destacou o deputado Ricardo Nicolau com grande possibilidade de ascensão. Segundo o especialista, Nicolau costuma crescer mais no período de campanha eleitoral e pode surpreender, como ocorreu nas eleições 2020, nas quais ele também disputou o comando da prefeitura. Na época, conforme pesquisas eleitorais, ele saiu de 3% nas intenções de voto para 12% no resultado das urnas.

Foto: Divulgação/Aleam

“Tem também o Ricardo Nicolau pelo Solidariedade, que até então confirmou e não tem por que não confirmar sua vinda como candidato. E o Ricardo vem como franco atirador, digamos assim, como ele fez na eleição para prefeito, ele veio também dessa forma e fez um bom papel, saiu de 3% ou 4% para 12% aproximadamente em Manaus”, afirmou.

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Polarização

O especialista já dá como certa a polarização entre Amazonino e Wilson Lima. Porém, segundo ele, quem pode amenizar isso é o senador Eduardo Braga, caso confirme candidatura ao governo. Quem pode se beneficiar disso, conforme análise de Soares, é o deputado Ricardo Nicolau.

“Amazonino Mendes, Wilson Lima e Eduardo Braga. Se o Braga não vier, a eleição vai polarizar já desde o primeiro turno. O Ricardo Nicolau pode, de alguma forma, durante a campanha, se beneficiar com isso, porque o Ricardo costuma crescer durante a campanha, e essa campanha será bem ‘pegada’ em relação às baixarias”, afirmou.

Plínio X Arthur

Outro nome analisado por Afrânio Soares foi o do senador Plínio Soares, que vive um embate interno no PSDB, de Arthur Neto, partido federado com o Cidadania, que tem como pré-candidato ao governo, Amazonino Mendes. Acontece que Plínio Valério também quer se candidatar a governador do Estado, mas um partido federalizado não pode ter dois postulantes. O imbróglio pode gerar uma reviravolta ou mais conflitos ao longo dos meses.

Vale lembrar que antes de Amazonino decidir se filiar ao Cidadania, ele flertava com o PSDB, com insistência de Arthur Neto. Enquanto isso, Plínio chegou a fazer declarações de que o ex-governador não acrescentaria em nada na legenda, além de ameaçar sair do PSDB, caso Amazonino entrasse na sigla.

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“O Plínio Valério ele viria PSDB. Ocorre que se o Plínio Valério for candidato, o Amazonino Mendes não será. Até onde se comenta, o PSDB deixou o comando dessa decisão com o Arthur Neto e ele vai preferir o Amazonino Mendes. O desejo de Plínio é legítimo e ele não tem nada a perder por ser senador em mandato e ter ainda quatro anos de mandato, ele não perderia, teoricamente, nada. Mas uma coisa não exclui a outra, ainda mais agora, onde o Amazonino vem pelo Cidadania e o Cidadania deve federar”, afirmou Soares ao AM1.

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Para ele, um dos dois terá que ceder e virar candidato a vice na chapa para o governo. “Se essa briga continuar e o nome do Plínio sair como candidato do PSDB, não terá candidato, pelo menos a governador, do Cidadania. Então, o Amazonino viria como vice, coisa que eu duvido muito que aconteça. Ou o contrário: o Plínio como vice dele, que eu também tenho certeza que não deve acontecer. Então, o mais provável até esse momento é que o senador Plínio não venha e venha o ex-governador Amazonino Mendes. Existe uma ponta de incerteza, e os dois juntos é que não vão poder vir”, especulou.

Meio termo

Já a defensora pública Carol Braz pode ter um bom desempenho na campanha. A dificuldade que ela poderá enfrentar é o machismo, visto que, segundo Soares, as pessoas ainda têm preconceito de votar em mulher, o que ele considera um absurdo. Além disso, ele aponta que o nome de Carol Braz está mediano, pois ela não tem rejeição, mas também não tem intenção forte.

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Foto: reprodução

Ex-titular da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), Carol Braz foi lançada pré-candidata ao Governo do Amazonas pelo PDT em evento que contou com a presença de Ciro Gomes, pré-candidato à presidência, além do presidente do PDT, Carlos Lupi. Na ocasião, também foi lançado o ex-deputado Luiz Castro como pré-candidato ao Senado.

“A Carol é ex-secretária de Justiça, ela deve vir pelo PDT […] A Carol pode fazer um bom papel, sem dúvida, é a única mulher. A Rebeca [Garcia] já fez um bom papel em eleições anteriores, mas a Rebeca já vinha de mandato de deputada federal e uma tradição, digamos assim, maior. Mas a Carol não dá para ter certeza do que pode acontecer. No Amazonas, ainda vejo um pouco de, sei lá, machismo, com a questão de votar nas mulheres. É um absurdo isso, mas existe. O nome da Carol não tem rejeição, mas também não tem uma intenção forte. Isso que dificulta”, disse.

Além disso, outros nomes como Henrique Oliveira, Marcelo Amil e João Pedro são cotados que podem ter uma posição não tão forte, mas que vão aparecer.

Foto:Acervo pessoal
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Marcelo Amil, pré-candidato a governador nas Eleições 2022

“O Henrique Oliveira, Marcelo Amil e João Pedro do PT são nomes que continuam sustentando o interesse em vir. Eu também considero nomes que vão marcar uma posição, não acredito que consigam estar no segundo turno”, finalizou Afrânio Soares.