Manaus, 6 de maio de 2024
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Manaus, 6 de maio de 2024

Cidades

Gil Romero pagou R$ 500 para empregados darem ‘corretivo’ em Débora, diz PC

Gil e José Nilson contam versões diferentes e, segundo a polícia, um joga a culpa para o outro. Eles não falaram sobre o que teria acontecido com a criança.

Gil Romero pagou R$ 500 para empregados darem ‘corretivo’ em Débora, diz PC

Delegados Débora Barreiros e Ricardo Cunha da DEHS em coletiva após prisão de Gil Romero. (Fotos: Divulgação / Internet e Celso Maia / Portal AM1)

Manaus (AM) – Principal suspeito de ter matado e carbonizado o corpo da grávida Débora da Silva Alves, de 18 anos, Gil Romero Machado Batista, de 41, chegou à capital amazonense no fim da tarde desta quarta-feira (9) e foi levado imediatamente à Delegacia Geral do Estado do Amazonas, no bairro Dom Pedro, zona Oeste. No local, a Polícia Civil (PC) informou que o suspeito teria pagado R$ 500 para seus empregados darem um “corretivo” na jovem grávida.

Após ter sido preso na noite de terça-feira (9), na comunidade rural de Curuá, no Pará, o suspeito foi ouvido pelas Polícias Civis do Amazonas e do Pará e contou superficialmente o que teria feito com a vítima no sábado, dia 29 de julho, dia em que ela foi morta.

Segundo o delegado Ricardo Cunha, titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), uma equipe da Polícia Civil já estava no estado do Pará desde o último sábado (5), pois, já teriam identificado que o suspeito teria tentado fugir para o estado.

No primeiro interrogatório, ainda no estado vizinho, Gil teria afirmado que chegou a pegar Débora para tratar sobre o assunto de sua paternidade no dia 29 de julho e chegou a dizer que iria comprar o berço de seu filho.

O suspeito, então, levou a jovem até a usina onde trabalhava como vigilante, e após ter sido chamado por um inspetor, ele a deixou sob cuidado de José Nilson e uma outra pessoa, que ainda não foi identificada. A delegada Débora Barreiros detalhou a versão de Gil, que segundo ela, é contraditória.

“A morte [de Débora] teria acontecido por José Nilson e esse terceiro elemento. Naquele momento, ele se desesperou, mas disse que eles dessem um jeito naquela situação. Porque no dizer de Gil, a ordem que ele teria dado aos dois era que eles dessem apenas um ‘corretivo’ nessa jovem, para que ela parasse de dizer que estava grávida dele, porque ele era um homem casado. Ele ainda informou que pagou para esse ‘corretivo’ a quantia de R$ 500”, informou a delegada.

Em sua versão, Gil ainda disse que quem ateou o fogo no corpo da vítima foi José Nilson e outro suspeito. Gil teria a intenção de, na segunda-feira, 31 de julho, levar o corpo para outro lugar, mas devido à repercussão do caso, não conseguiu se desfazer dele.

Gil era vigilante-líder de uma usina na capital do Amazonas, devido a isso, houve facilidade para adentrar no local que o crime foi cometido.

A delegada ainda detalhou que há a suspeita de que Débora foi deixada na usina por volta das 00h e seu corpo foi levado para a mata, no bairro Mauazinho, zona Leste de Manaus, às 04h da madrugada.

Onde está o bebê de Débora?

Sobre o paradeiro da criança, os investigadores disseram que muitos laudos da perícia ainda não foram divulgados ou finalizados e, desta forma, as investigações não estão completas.

Mas ao ser questionado sobre bebê, os delegados informaram que Gil nega ter feito qualquer coisa com a criança e não soube o que aconteceu, já que, em sua versão, falou que enquanto Débora ficou com seus dois ‘empregados’, ele foi chamado para realizar um outro trabalho na usina.

Versão de José Nilson

José Nilson Azevedo da Silva, conhecido como ‘Nego’, foi preso na última quinta-feira (3), durante as investigações do caso.

‘Nego’ é um dos suspeitos de ter participado do crime e, segundo informou aos delegados, ele foi na usina com um terceiro elemento para furtar fios do local, situação que já era regular para ele, mas enquanto estava fazendo isso, Gil teria o chamado e disse que tinha uma ‘situação’.

Mas um inspetor na usina chegou na área e todos os três tiveram que se esconder. Foi na saída do inspetor que Gil teria o chamado alegando ter a ‘situação’, e leva Nego e o terceiro suspeito até um veículo, onde Débora já estava morta por asfixia.

José ainda nega ter recebido qualquer valor e ter participado da morte da jovem.

Esposa de Gil

Gil Romero é casado com Ana Julia, que foi ouvida em um Distrito Integrado de Polícia (DIP) enquanto Débora estava apenas desaparecida. De acordo com a delegada Débora Barreiros, Ana teria agido com ‘desprezo’ todas as vezes que foi questionada sobre a gravidez da jovem de 18 anos, já que segundo Ana, “Débora tinha relações sexuais com vários outros homens”.

Os investigadores ainda disseram que Ana não contribuiu com as investigações, além de ter mentido nas suas declarações, e por isso, já tem a sua prisão decretada.

Passos futuros

Gil Romero foi levado para a DEHS e passará por mais um interrogatório junto à Perícia Técnica.  O foco da DEHS, nos últimos dias, era apenas achar o paradeiro de Gil, e, de agora em diante, dará continuidade às investigações com as testemunhas e suspeitos do caso.

Veja o momento em que Gil foi levado à DEHS: