BRASÍLIA, DF – O ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmou que deve acompanhar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a Cúpula de Líderes do G20. O evento acontecerá em Roma, Itália, nos dias 30 e 31 de outubro. A informação foi confirmada por Guedes a interlocutores.
Guedes deu a declaração após uma semana conturbada, com a saída de quatro secretários do Ministério da Economia e rumores da demissão do próprio ministro. O Itamaraty também confirmou a participação do ministro das Relações Exteriores, Carlos França, na cúpula.
Em coletiva de imprensa na última sexta-feira (22), Paulo Guedes foi questionado sobre a agenda que deve ter em Roma. O ministro não deu detalhes, mas disse que quer falar com seus pares dos países que participam do G20 “da mesma forma que conversamos em Washington”. A comitiva presidencial esteve na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) entre os dias 19 e 22 de setembro.
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Assuntos da cúpula
Entre os principais assuntos a serem discutidos na cúpula, o governo aposta na taxação de multinacionais, para combater a guerra fiscal. O Brasil é um dos 136 países que apoiam uma proposta da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que assegura que companhias com receitas globais superiores a 750 milhões de euros paguem taxa mínima de 15% a partir de 2023.
“Se eu tivesse que destacar um resultado pelo qual a Cúpula do G20 em Roma será lembrado no futuro será o avanço na tributação de grandes empresas internacionais que usam planejamento agressivo e acabam não pagando impostos nem no país sede, nem no país onde tem a sua atividade econômica”, explicou o embaixador Achiles Zaluar, chefe de Gabinete do Ministério das Relações Exteriores, em entrevista coletiva, também nesta sexta-feira (22), no Palácio do Itamaraty.
A proposta da OCDE ainda estabelece um piso para países que buscam atrair investimentos e empregos com baixa cobrança de impostos. O acordo ainda prevê que 25% das vendas feitas pelas empresas devem ser recolhidos nos países onde os lucros foram obtidos.
Taxação de carbono e meio ambiente
A Cúpula em Roma também deve discutir a taxação do carbono, principal ponto de divergência entre Brasil e União Europeia. O bloco defende supertaxação de produtos produzidos sem respeito a regras de proteção do meio ambiente, enquanto o Brasil teme que a medida pode afetar a exportação de produtos nacionais. O país ainda defende o estabelecimento de um mercado global de créditos de carbono.
O encontro ainda deve focar na renovação de matrizes energéticas e desenvolvimento sustentável. O Brasil deve utilizar os debates no G20 para atualizar as propostas de preservação do meio ambiente. No entanto, elas só devem ser detalhadas na COP26, em Glasgow, nos dias 1 a 12 de novembro.
(*) Com informações da CNN Brasil.
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