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Manaus, 18 de maio de 2024

Política

Lula diz que é difícil salvar o Brasil de Bolsonaro, mas ignora crise econômica no governo Dilma

O ex-presidente tenta destacar os dados do governo do PT para desmerecer o governo Bolsonaro, mas esquece de mostrar os dados de Dilma na presidência

Lula diz que é difícil salvar o Brasil de Bolsonaro,  mas ignora crise econômica no governo Dilma

Foto: Agência Brasil

Manaus, AM – Querendo conquistar cada vez mais eleitores, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem feito declarações contra o atual governo federal e destacado o desempenho dos seus mandatos. No entanto, o ex-presidente coloca vendas nos olhos e “esquece” de citar os dados negativos do governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

O ex-presidente volta a 2003, quando assumiu o cargo pela primeira vez. Porém, com o passar dos anos, a inflação foi subindo e o desemprego aumentando. Depois de passar a cadeira para a companheira de partido, Lula confiou que Dilma apresentaria bons números – o que acabou não acontecendo.

Em 2015, por exemplo, a economia encolheu 3,8% sendo a maior queda desde 1996, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Quando comparado com outros governos, os dados do governo federal neste ano superaram os de 1990, quando o ex-presidente Fernando Collor (PROS) confiscou a poupança de milhões de brasileiros.

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Naquele ano, a média de desemprego foi de 6,8%, menor comparada com a atual que é de 13,5%. No entanto, em 2015, o desemprego já mostrava que iria crescer nos próximos anos, uma vez que em 2014 a taxa era de 4,8%. Com isso, o governo Dilma teve a maior alta registrada desde que o IBGE começou a realizar a pesquisa, em 2003.

Já a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), alcançou 10,71% até janeiro de 2016. O objetivo do governo Dilma era fechar o ano de 2015 em 4,5%, com tolerância de até 6,5%. Apesar disso, os números do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) conseguem ultrapassar os do governo petista. O Brasil fechou o ano de 2021 com a inflação de 10,74%, no acumulado até novembro, mas passando por pandemia.

Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Se na época do governo Dilma os brasileiros já reclamavam da alta do dólar, em 2021 essa cena se tornou cada vez mais frequente. Em 2015, a moeda americana começou em R$ 2,65 e terminou em R$ 3,94, um salto de mais de 48%. Em setembro de 2015, o dólar chegou a R$ 4,14 sendo o valor mais alto no Plano Real.

No governo Dilma, a moeda brasileira caiu 13,31%, sendo a maior perda desde 2013. Em 2015, a Bovespa atingiu o menor nível em dezembro, com 43.199,95 pontos, com o menor patamar de fechamento desde abril de 2009. Entre tantos outros dados, a dívida pública também aumentou, quando o Brasil gastou R$ 111,2 bilhões a mais do que arrecadou, sendo a maior alta desde 2006.

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No entanto, esses números negativos são ignorados pelo ex-presidente Lula, que tenta mostrar aos eleitores que o PT é uma salvação para sair do governo Bolsonaro, que tem dados piores que os do governo Dilma. Nas redes sociais, Lula mostra os pontos altos dos mandatos, mas esquece de mencionar que o PT também tem uma parcela de culpa no que se refere à economia atual.

Foto: Reprodução

Porém, para o ex-presidente, o maior responsável pelo cenário da crise econômica no Brasil é o modo como o presidente Jair Bolsonaro administra o país. “Estamos com a economia atrofiada. O Estado não tem capacidade de investimento. O Estado está permitindo a falência das universidades. O Estado diminui quase a zero o orçamento da Ciência e Tecnologia. O desafio agora é recuperar a economia”, afirmou.

Ainda segundo ele, é preciso eleger um conjunto de deputados que trabalhe ao lado do presidente, com uma visão mais social e mais humanista do Brasil. “Não podemos ter um Congresso que transformou o presidente, um boquirroto que falou besteiras na campanha eleitoral, em refém”, disse.

Lula ainda destacou que, se eleito em 2022, deve voltar à presidência para fazer mais do que já fez nos últimos oito anos de governo. “Uma chapa para presidente depende de 2 fatores: eu decidir ser candidato, o que farei entre fevereiro e março, e a ida do Alckmin para um partido que se alie com o PT. Eu, se voltar a governar esse país, é pra [sic] fazer mais do que eu fiz”, ressaltou.