Manaus, 25 de abril de 2024
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Cidades

Planos de saúde suspendem serviços e novas adesões na pandemia

Com o aumento constante dos casos de Covid-19 no Amazonas, as operadoras precisaram suspender uma série de atendimentos e algumas suspenderam novas adesões

Planos de saúde suspendem serviços e novas adesões na pandemia

(Foto: Pixabay)

Beneficiários de planos de saúde em Manaus estão tendo serviços suspensos desde o final de março por conta da alta demanda de pacientes com Covid-19 nos hospitais. Além disso, algumas operadoras não estão aceitando novas adesões.

Os serviços suspensos só devem ser liberados conforme orientação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Na última sexta-feira, 24, O Grupo Samel confirmou ao Amazonas1 que suspendeu temporariamente as vendas de planos de saúde para pequenas e microempresas (PME), as consultas e procedimentos cirúrgicos eletivos.

A rede de hospitais que tem se destacado com o uso de cápsulas de ventilação não invasivas em pacientes com o novo coronavírus, atribuiu à pandemia a suspensão do serviço.

“Para evitar a propagação do vírus e a exposição dos nossos pacientes em ambiente hospitalar sem uma real necessidade”, disse em nota.

Além disso, a Samel ressaltou que todos os beneficiários da rede própria e dos planos de saúde conveniados continuam recebendo atendimento médico de urgência e emergência nos pronto-socorros, e os partos continuam sendo realizados normalmente.

O Sistema Hapvida também cancelou as consultas, exames eletivos e sessões de tratamento, mas não informou se suspendeu novas adesões. As cirurgias eletivas também estão suspensas por prazo indeterminado.

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Além disso, nas unidades hospitalares, as visitas para pacientes internados estão suspensas, mas atendimentos essenciais, como de oncologia e obstetrícia, continuam acontecendo.

“Os atendimentos de urgência e emergência permanecem em funcionamento. Nas unidades hospitalares, as visitas para pacientes internados estão suspensas. Em relação aos atendimentos odontológicos de emergência, continuam funcionando normalmente. Em algumas cidades, os órgãos públicos já decretaram a suspensão dos atendimentos eletivos. Observe orientações de sua cidade”, disse em nota.

Diante da suspensão dos serviços, a Comissão de Defesa do Consumidor (Comdec) da Câmara Municipal de Manaus (CMM), por meio do vereador André Luiz (PTC), ajuizou uma Ação Civil Pública pedindo a redução em 30% dos valores cobrados aos consumidores, no entanto, o pedido foi negado pelo juiz Leoney Harraquian, da 2° Vara da Fazenda Pública.

Na decisão, expedida no último dia 16, o juiz afirma que “a redução pleiteada pelo autor pode desencadear graves danos financeiros não só às empresas requeridas, mas também aos seus funcionários”.

Assistência em casos graves

Segundo determinação da ANS, no dia 25 de março, foram prorrogados, em caráter excepcional, os prazos máximos de atendimento para a realização de consultas, exames, terapias e cirurgias que não sejam urgentes.

A ANS informou que a medida foi tomada considerando a crise causada pela pandemia do coronavírus e diante da necessidade de reduzir a sobrecarga das unidades de saúde e de evitar a exposição desnecessária de beneficiários ao risco de contaminação.

Sendo assim, estão mantidos apenas os casos em que os tratamentos não podem ser interrompidos ou adiados por colocarem em risco a vida do paciente: atendimentos relacionados ao pré-natal, parto e puerpério; doentes crônicos; tratamentos continuados; revisões pós-operatórias; diagnóstico e terapias em oncologia, psiquiatria e aqueles tratamentos cuja não realização ou interrupção coloque em risco o paciente, conforme declaração do médico assistente (atestado).

Também estão mantidos os prazos para atendimentos de urgência e emergência. Para esses casos, portanto, os prazos máximos de atendimento permanecem os mesmos.

A ANS informou, também, que estão suspensos os prazos de atendimento em regime de hospital-dia e atendimento em regime de internação eletiva. Essa suspensão está mantida até 31 de maio.

“É importante ressaltar que a ANS irá reavaliar a medida periodicamente, podendo fazer alterações a qualquer tempo, em caso de necessidade”, acrescenta na publicação.

Telemedicina

Como estratégia para manter o atendimentos aos pacientes não graves durante a pandemia, os sistemas de saúde têm usado o sistema de telemedicina.

Na Samel, todas as consultas essenciais com diversos especialistas estão sendo realizadas por meio do serviço de Telemedicina, disponível em seu site, onde os beneficiários da Samel e os dos planos de saúde credenciados à rede, como Amil e Sulamérica, entre outros, recebem o atendimento médico por videochamadas.

Além disso, a rede realiza a entrega de receituários prescritos pelo médico durante a consulta on-line em domicílio para a compra de medicamento, e faz a coleta de material para exames laboratoriais na residência do paciente.

Já a Hapvida, também criou um sistema de comunicação e orientação on-line, por meio do site, há um serviço de chat disponível para atender os clientes, inclusive deficientes auditivos, de todo o Brasil, com enfermeiros, psicólogos e nutricionistas.

Colapso na Saúde

Com 3.833 casos confirmados no último boletim, divulgado pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), o estado enfrenta um colapso no sistema de saúde com o número de casos em ascensão.

O governador Wilson Lima afirmou, na última quinta-feira, 23, que o pico da epidemia deve acontecer em maio e ressaltou que cerca de 90% dos leitos de unidades de terapia intensiva (UTI) dedicados a pacientes com o vírus estão ocupados.