Manaus, 2 de maio de 2024
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Política

Moraes manda investigar conivência de autoridades em atos golpistas

Investigação apura eventual responsabilidade das autoridades em relação aos atos de vandalismo

Moraes manda investigar conivência de autoridades em atos golpistas

Ibanes Rocha, Anderson Torres e Jair Bolsonaro (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou a instauração de inquérito contra o governador Ibanes Rocha, do Distrito Federal (DF), do secretário de Segurança do DF, Anderson Torres, do interino Fernando de Souza Oliveira e do ex-comandante-geral da polícia Militar do DF, Fábio Vieira.

A medida é para investigar eventual responsabilidade dessas autoridades em relação aos atos de vandalismo nos prédios do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do STF no último domingo (8).

A decisão se deu nos autos do Inquérito (INQ) 4879 (atos antidemocráticos) e atendeu pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que busca a coleta de provas de eventuais ações ou omissões dos investigados nos atos criminosos contra o Estado Democrático de Direito. Leia a decisão na íntegra.

Segundo Moraes, alguns fatos revelam a omissão e conivência de diversas autoridades da área de segurança e inteligência do DF, como a ausência do necessário policiamento, em especial do Comando de Choque da PMDF, durante os atosm a autorização para que mais de cem ônibus ingressassem livremente em Brasília.

O ministro alegou, ainda, que mesmo sendo fato notório que os grupos praticariam atos violentos e antidemocráticos, houve total inércia no encerramento do acampamento criminoso na frente do QG do Exército, em Brasília, “quando patente que o local estava infestado de terroristas, que inclusive tiveram suas prisões temporárias e preventivas decretadas”.

Tragédia anunciada 

Para o ministro Alexandre de Moraes, a omissão das autoridades públicas, além de potencialmente criminosa, é “estarrecedora”, pois os atos de terrorismo se revelam como verdadeira tragédia anunciada, pela absoluta publicidade da convocação das manifestações ilegais pelas redes sociais e aplicativos de troca de mensagens, como o WhatsApp e o Telegram. 

O ministro explicou ainda que objeto do novo inquérito será, em um primeiro momento, a apuração da conduta das autoridades públicas responsáveis pela segurança do território do Distrito Federal, sem prejuízo de inclusão e novos investigados, especialmente porque a investigação também irá apurar o suposto crime de associação criminosa. 

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