Manaus, 27 de maio de 2024
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Cenário

Omar critica Bolsonaro por vacinas: ‘coma abiu, presidente’

Senador criticou o presidente pela postura reiterada contra a vacinação contra a covid-19 e os ataques à Anvisa na última semana

Omar critica Bolsonaro por vacinas: ‘coma abiu, presidente’

Foto: Reprodução

MANAUS, AM – O senador Omar Aziz (PSD-AM) criticou o presidente Jair Bolsonaro (PL) por não atuar em defesa da vacinação contra a covid-19 e pelos reiterados ataques contra instituições que recomendam e obrigam a imunização. O senador deu a declaração em vídeo publicado nas redes sociais, neste sábado (8).

No vídeo, Omar diz que se imaginava começar 2022 com um novo pensamento, mas parece que as coisas pioraram. Segundo ele, mesmo após as investigações conduzidas pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia no Senado, conduzida por ele, ainda fica “estarrecido com as palavras do presidente”. “Quando é com ele, ele procura especialista”.

“Ele teve o mal, sentiu mal, e ninguém deseja isso pra ele. Mas ele teve que procurar um especialista porque estava sentindo dores. Chegou assustado no hospital, com dores, e mandou buscar uma pessoa que estava fora do país. Acho que ele está correto, mas assim como o senhor procura especialistas para tratar sua doença, temos que ouvir especialistas e a ciência sobre a vacina, presidente”, afirmou o senador.

Leia mais: Omar: ‘ciência não se questiona, só se cumpre’

Na última semana, Bolsonaro chegou a questionar o “interesse” da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na autorização da vacinação de crianças entre 5 e 11 anos contra a covid-19. A Agência autorizou a vacinação dessa faixa etária ainda em dezembro, ação que foi criticada pelo presidente, que chegou ao ponto de pedir a lista dos servidores que autorizaram o ato.

“O interesse da Anvisa é salvar vidas, presidente, e fazer com que o brasileiro seja medicado corretamente. Depois o senhor questiona e se chateia com a vacina para crianças. Presidente, desde criança nós tomamos vacina. Não existe pólio ou sarampo ou outras doenças que podem ser prevenidas com vacina. Não é retórica, não é gabinete paralelo. Aliás, o senhor não procurou o gabinete paralelo e nem ouviu ‘pitaqueiro’ quando o senhor sofreu esse mal, não é?”, questionou Omar.

Exército

Na última quinta-feira (6), o Exército Brasileiro anunciou que os militares que trabalham em funções administrativas na Força deverão voltar ao trabalho imunizados com as duas doses da vacina contra a covid-19, bem como com as vacinas contra hepatite e febre amarela, que são obrigatórias na tropa. Bolsonaro teria se irritado com a ordem, e chegou a pedir explicações sobre o fato ao general Walter Braga Netto, ministro da Defesa. Omar criticou a postura de Bolsonaro em relação ao fato, dizendo que isso é uma prática nos estados que compõem a Amazônia.

“O senhor tem um assessor aí do seu lado que foi comandante militar da Amazônia e pode lhe explicar isso, se o senhor não souber. O comandante do Exército já serviu na Amazônia, e sabe da importância da vacina para os brasileiros”, apontou.

O assessor a quem Aziz se refere é o general-de-exército Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que foi comandante militar da Amazônia entre setembro de 2007 e abril de 2009. Já o general-de-exército Paulo Sérgio Nogueira, comandante do Exército, foi comandante da 12ª Região Militar, sediada em Manaus.

Omar ainda terminou a fala dizendo que é o momento de Bolsonaro acreditar na ciência, não apenas para ele, mas para todos os brasileiros. O senador ainda mandou um recado “desaforado” para o presidente. “São brasileiros que não tem a oportunidade de ter o que o senhor teve quando se sentiu mal. Por isso, vai aqui um conselho de um amazônida: pare de falar em vacina. Coma abiu, presidente”, completou.

fato

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