Manaus, 6 de maio de 2024
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Manaus, 6 de maio de 2024

Política

Pacheco quer fazer sabatina de Mendonça no plenário do Senado

Presidente do Senado quer enfraquecer Davi Alcolumbre e sabatinar André Mendonça para o STF no plenário, com os 81 senadores

Pacheco quer fazer sabatina de Mendonça no plenário do Senado

Foto: Reprodução

BRASÍLIA, DF – O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), quer driblar o presidente da Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e fazer a sabatina do ex-advogado geral da União, André Mendonça, no plenário do Senado. Mendonça foi indicado para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), mas a sabatina dele ainda está parada.

Embora tenha usado a sabatina de Mendonça como uma tentativa de “fritar” o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Davi Alcolumbre acabou o capital político ao demorar para pautar a sabatina, que já se arrasta há quatro meses. Fontes ligadas a ele dizem que o senador “cavou um buraco que já está lá no Japão”.

O senador chegou a ser acusado de cometer um crime pela senadora Simone Tebet (MDB-MS), ex-presidente da CCJ. “Não é um ato discricionário do presidente da CCJ pautar ou não pautar uma indicação de uma autoridade vinda de outro Poder, ainda mais quando o atraso injustificado viola a harmonia e a independência dos Poderes. O presidente da CCJ está abusando de poder, e isso é crime”, afirmou Tebet.

Leia mais: Por atraso na sabatina de Mendonça, Bolsonaro diz que Alcolumbre não segue a Constituição

Barganha

Tebet anda disse que há suspeitas de que Alcolumbre esteja usando a sabatina como uma espécie de barganha com Bolsonaro, por emendas do orçamento secreto e nomeações em cargos públicos. A senadora ainda sugeriu o boicote à votação de projetos enquanto Mendonça não for sabatinado pela CCJ.

“É um direito do presidente da República, é um dever nosso pautar e é um direito do STF ter todo o seus membros para poder deliberar de forma justa”, explicou.

Imagem arranhada

Alcolumbre entrou em uma “sinuca de bico” recentemente, depois que a Revista Veja revelou que, à época em que presidia o Senado, o amapaense se envolveu em um esquema de “rachadinha”, embolsando os salários de seis funcionárias do seu gabinete. Elas nunca teriam, de fato, exercido a função.

Se não pautar a sabatina e afrontar o presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco pode entrar no mesmo buraco em que Alcolumbre entrou. O presidente do Senado quer entrar na corrida presidencial de 2022, e ter a popularidade em risco neste momento é perigoso. Por isso, ele tem ouvido com atenção o pedido de senadores para tomar providências e agendar a data da sabatina.

O presidente ainda disse que não desconsidera a hipótese, mas quer usar o agendamento da sabatina para pressionar Alcolumbre. Pacheco pediu que a sabatina seja marcada para o fim de novembro e o início de dezembro, período conhecido no Senado como “semana do esforço concentrado”. Caso Alcolumbre não o faça, Rodrigo Pacheco deve pautar no plenário.

Articulação

Enquanto sua sabatina não é pautada, André Mendonça tem batido de porta em porta no Senado para conversar com os parlamentares. Dos 81 senadores, apenas quatro não receberam e se recusam a receber o ex-chefe da AGU: Renan Calheiros (MDB-AL), Jorge Kajuru (Podemos-GO), Cid Gomes (PDT-CE) e o próprio Davi Alcolumbre.

Caso a sabatina de Mendonça seja realizada ainda em 2021, ele deve ser empossado em dezembro, e começará a atuar em fevereiro, após o recesso de fim e início de ano. As atividades da corte vão até 17 de dezembro.

(*) Com informações do UOL.

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