Manaus (AM) – A briga entre os conselheiros Yara Lins e Ari Moutinho Júnior no Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM) pode abrir caminho para uma nova indicação do governador Wilson Lima (UB), caso o conselheiro acusado de agredir verbalmente a colega seja afastado do cargo.
Yara Lins foi indicada pelo então governador José Melo em 2014, cassado em 2017 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) — já Ari Moutinho, que hoje sofre pressão para deixar o cargo, foi por indicação de Eduardo Braga (MDB), em 2008, hoje senador. Cabe ao governador indicar os conselheiros.
Para o professor e cientista político Ademir Ramos, o foco da desavença no TCE-AM é outro. “O foco é ego e uma disputa de controle fiscal que é necessária, sim, porque o Wilson vai sair do governo e quem assumir o governo vai fazer o pente-fino na conta dele”, avaliou Ademir.
O fato é que em menos de um ano, Wilson pode emplacar um segundo nome para o TCE, o que deve fortalecer ainda mais o governador no órgão de controle e enfraquecer Eduardo Braga.
Movimentação política
“A eleição que temos municipal, 2024 e 2026 (estadual e federal), tanto Eduardo Braga quanto Wilson fazer uma ponte entre 24 para 26, o grande pivô, grande pião dessa disputa vai ser o vice-governador Tadeu porque Wilson vai se afastar para concorrer ao Senado e o Tadeu vai ficar no cargo como governador, inclusive, ele pode concorrer nas eleições se ele quiser, ou melhor, se ele tiver uma estrutura suficientemente materializada para ele concorrer”, disse.
Quanto a eleição municipal em 2024, Ademir avalia que o governador precisará conquistar o maior número de cadeiras nos municípios para garantir apoio em 2025.
“Aparelhar a Prefeitura de Manaus e fazer a maioria das prefeituras no interior do estado, mas o peão, o noivo dessa festa que vai ser muito disputado, é o vice-governador, poque ele que vai ficar com a chave do cofre. Ele vai assumir o governo”, disse.
Segundo o professor, quem deve sair perdendo em 2026 é o senador Plínio Valério (PSDB), que vai disputar a cadeira no Senado com Wilson Lima, com a máquina do governo e Eduardo Braga, relator da Reforma Tributária.
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