Foto: Divulgação|Aleam
Manaus (AM) – A ausência de deputados na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) já é tradicional. Com a desculpa de ‘REUNIÃO ORDINÁRIA (HÍBRIDA)’, nem mesmo o presidente da Casa, deputado Roberto Cidade (PV), compareceu nesta quinta-feira (24) ao plenário, para deliberar os PLs por ele mesmo apresentados e que já estão cerca de três dias em pauta.
Ocorre, que os parlamentares estão preocupados mesmo é com as filiações nas legendas em que pretendem disputar a reeleição, já que a indefinição das federações entre partidos ainda é grande e a maioria deles está preocupada com a sigla partidária em que devem concorrer para atingir o coeficiente necessário e assim garantir mais quatro anos de Casa.
Durante o expediente desta quinta, a reportagem do AM1 constatou que estavam de forma presencial somente os deputados Adjuto Afonso (PDT), Delegado Péricles (PSL), Ângelus Figueira (Podemos), Serafim Corrêa (PSB) e Dra. Mayara (PP), os demais registraram presença on-line.
Desses, a deputada Dra. Mayara foi a única que aceitou falar com a imprensa. No entanto, ela comentou somente a cota de participação das mulheres na política. Disse ainda que o ano é atípico e que as mudanças das regras das eleições ainda estão sendo estudadas por ela, que ainda não decidiu se vai tentar a reeleição e nem sabe se vai permanecer na mesma sigla partidária.
“A minha questão partidária está em aberto. A questão da reeleição também está em aberto. Eu acho que tem que ser muito bem estudado, pois esse ano está um pouco atípico, acho que por conta da pandemia e também das mudanças das regras que foram votadas na Câmara Federal. Como teve essa questão do ‘Distritão’ e de mudanças de regras, durante a próxima semana que vamos ter essas condições de bastidores finalizadas. O futuro Deus sabe, e de todas as coisas”, explanou.
O deputado Ângelus Figueira falou rapidamente que não irá tentar a reeleição, e que os amazonenses devem indicar novos vetores econômicos que gerem renda, para não ficar somente na dependência da Zona Franca de Manaus, apontando que o Amazonas possui muitas riquezas minerais.
Salário de um deputado estadual
O Projeto de Lei Ordinária n° 203/2018, quando o presidente da Mesa Diretora era o então deputado David Almeida, que estabeleceu os vencimentos de cada deputado estadual do Amazonas em R$ 29,5 mil ao mês, após reajuste de 75%, com a justificativa de que o salário dos parlamentares estava defasado. Antes do reajuste o salário de cada deputado era R$ 25,3 mil.
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Ou seja, o cargo de deputado estadual custa aos cofres do Estado o equivalente a dois anos de salário de um trabalhador comum, que recebe por mês cerca de R$1.212, um salário mínino, que em 2022 aumentou 10%.
Além disso, cada deputado estadual tem direito a R$ 44.114,47 para usar mensalmente como quiser da Ceap (Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar) o famoso ‘cotão’.
Tudo isso para que eles compareçam ao menos nas terças, quartas e quinta-feiras ao Plenário para discutirem as pautas, e darem rumo aos projetos por eles mesmos apresentados, que na sua maioria se tratam apenas de concessão de Título de Cidadão do Amazonas, ou ainda de medalhas. Isso quando eles não ficam insultando uns aos outros, ou discutindo assuntos pouco relevantes.
Sendo assim, e com a pandemia, após a presença de forma híbrida dos parlamentares, em menos de duas horas, não se vê nenhum deles na Assembleia.
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