Manaus, 26 de abril de 2024
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Cenário

Profissionais de saúde denunciam que foram demitidos por não votar em prefeito de Pauini

Os profissionais alegam que no dia do desligamento, foram chamados separadamente pelo secretário municipal de saúde

Profissionais de saúde denunciam que foram demitidos por não votar em prefeito de Pauini

Pelo menos seis profissionais de saúde que trabalhavam na linha de frente no combate à covid-19, no município de Pauini, foram demitidos na última segunda-feira (1º). O grupo alega que foi usado como pano de fundo para redução de quadro por novas prioridades em relação à cheia, mas, na verdade, os desligamentos ocorreram por não terem sido eleitores do atual prefeito Renato Afonso.

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Entre os profissionais demitidos (no início deste mês) pelo prefeito estão dois enfermeiros, um fisioterapeuta, dois técnicos de enfermagem e um sanitarista, conforme denúncia enviada ao Portal AM1.

“Nós trabalhávamos com carga horária dobrada, em condições difíceis, não tínhamos banheiro, dormíamos no chão. Entre a equipe, eu era um dos únicos a estar desde o início da pandemia e também o único qualificado para manusear equipamentos como os respiradores. Todos estamos desempregados ainda, mas quem mais vai sentir será a população”, desabafa o fisioterapeuta Denilson Lima.

Outro profissional demitido, que preferiu não se identificar, explicou que no dia da demissão, eles foram chamados separadamente pelo secretário de Saúde do município, Francisco Bezerra dos Santos. De acordo com ele, em pelo menos duas das demissões, os profissionais confirmam que Francisco afirmou que o desligamento tinha relação com o fato do grupo não ter votado no atual prefeito nas eleições de 2020.

“Fomos avisados e demitidos por não termos votado no atual prefeito. Para alguns de nós, o secretário alegou que a prioridade é a alagação, mas nenhum de nós faz parte do grupo político do prefeito. No meu caso, era porque ele não queria que trabalhasse dentro da Secretaria de Saúde”, relata.

Atualmente, o município enfrenta as cheias dos rios Purus e Juruá, que vêm causando danos para a população da cidade e que justificam a situação de emergência decretada no município. No entanto, os casos de covid-19 não deram trégua na cidade, que, até agora, registrou  2.343 casos confirmados da doença com 17 mortes, conforme boletim da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), deste sábado (6).

À reportagem, os profissionais de saúde afirmaram ter receio de represálias na busca de empregos na cidade após as demissões e seguem desempregados. Já Denilson Lima relatou que se mudou para o município de Boca do Acre em busca de novas oportunidades profissionais.

“Ele (prefeito) errou feio em retirar profissionais da saúde preparados com essa desculpa das cheias e por não terem votado nele. Está acontecendo uma politicagem na cidade”, reclama o fisioterapeuta.

Sem resposta

O Portal AM1 buscou a Prefeitura de Pauini por meio do contato disponibilizado pelo jurídico do Executivo Municipal. No entanto, até o fechamento desta matéria, a reportagem não obteve retorno por meio do número: 92 9xx7-331x.