Manaus (AM) – Aprovada pelos vereadores da Câmara Municipal de Manaus (CMM) em agosto deste ano, a Lei Municipal 216/2023 permite o uso da Bíblia como recurso paradidático nas escolas da rede pública e particular de ensino no município de Manaus, mesmo o livro religioso contendo conteúdo “erótico” e de violência.
O projeto aprovado contradiz com as pautas conservadoras de seu autor, vereador Raiff Matos (DC), que tem no currículo ao menos quatro projetos que defendem a manutenção das instituições sociais tradicionais, como o PL 454/2023 que assegura a pais e responsáveis o direito de vedar a participação de seus filhos e tutelados em atividades pedagógicas de gênero.
Outro projeto relacionado às pautas conservadoras, o PL 381/2023, proíbe a participação de crianças e adolescentes no evento denominado Parada do Orgulho LGBTQIAP+.
Além dos projetos citados, durante sessão plenária na CMM, o vereador usou a tribuna para criticar os profissionais de educação da rede municipal por usarem uma música do gênero funk durante uma atividade. “Bando de canalhas”, xingou o vereador que, em seguida, pediu para que a música fosse colocada para todos ouvirem no plenário: “solta o som, DJ!”
Livro proibido em escolas dos EUA
Aprovado como paradidático nas escolas de Manaus, o livro considerado sagrado por cristãos católicos e evangélicos, foi proibido em junho deste ano, nas escolas do estado americano de Utah, por ser considerado “vulgar” (1 Coríntios 7:3-4: autoridade sobre o corpo; 1 Coríntios 6:15-17 palavras ofensivas; Levítico 18:6-23 incesto) e “violento” (Êxodo 32:27; 1 Samuel 15.2-3; Gêneses 16:6; 19:24; 22:2-13; Deuteronômio 13,15).
Em 2022, o governo conservador no estado sancionou lei que proíbe livros “pornográficos ou indecentes” nas escolas.
Considerando que o livro contém texto inadequado, um pai de aluno resolveu reclamar do uso da Bíblia devido ao conteúdo. O veto a certos livros considerados ofensivos também ocorrem no Texas, Flórida, Missouri e Carolina do Sul.
O Portal AM1 questionou o vereador Raiff Matos se não é hipocrisia proibir nas escolas músicas consideradas inadequadas por conter conteúdo erótico, mas permitiu a Bíblia que também tem conteúdo violento e erótico, mas o vereador não respondeu até à publicação da matéria.
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