Manaus, 12 de maio de 2024
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Cenário

Vereadora de Manacapuru denuncia Beto D’Ângelo por violência política

A vereadora Lindynês Leite alega que sofreu violência política após o prefeito ordenar que a impedissem de subir ao palanque de um evento da prefeitura

Vereadora de Manacapuru denuncia Beto D’Ângelo por violência política

Lindynês Leite acusa prefeito de ter praticado violência política (Foto: Reprodução/ Redes Sociais)

Manaus (AM) – Em mais uma declaração polêmica contra o prefeito de Manacapuru, Beto D’Ângelo (Republicanos), a vereadora Lindynês Leite (PMN) afirmou ser vítima de violência e perseguição política, por parte da administração municipal, ao ser barrada de participar de um evento da prefeitura no domingo (2).

Em uma rede social, a parlamentar afirmou que foi impedida de subir no palco, mesmo sendo convidada pelo senador Plínio Valério (PSDB), que esteve no evento para participar da inauguração do Teatro Municipal e da entrega de alguns objetos para o município. Inclusive, ela ressaltou que foi a autora a emenda contemplada com os materiais entregues no último fim de semana, mas que não pôde participar do evento.

“Falta de educação, respeito, covardia, abuso de poder e perseguição política que sofro por parte da administração municipal”, iniciou falando no vídeo publicado.

A parlamentar, também, relatou que guardas municipais tentaram a retirar do local usando força física. Por diversas vezes, Lindynês tentou conversar com os seguranças, porém, os mesmos ressaltavam que estavam seguindo ordens do prefeito.

“Fui informada por 5 guardas municipais, três seguranças particulares do prefeito e uma chefe de cerimônia da prefeitura de que eu não poderia subir ao palco porque haviam ordens expresses do prefeito que eu não poderia. Fui tentar subir, por diversas vezes, até o ponto de ser retirada por força física pelos guardas municipais”, disse.

Para comprovar, a vereadora também mostrou uma série de vídeos que ela mesma registrou. As imagens exibem o que a mesma já havia relatado aos seguidores, que os seguranças particulares e guardas municipais tentavam a impedir de subir ao palco para participar do evento.

Em um determinado momento, Lindynês Leite comentou com os seguranças que era vereadora e que os mesmos estavam tirando o direito dela de participar do evento, mas os funcionários destacaram que estavam cumprindo ordens. Outras pessoas podiam ter acesso ao palco apesar de não serem funcionários públicos da prefeitura, enquanto ela continuava ‘imprensada’ pelos seguranças.

“Estarei entrando com representação no Tribunal Regional Eleitoral porque isso é uma violência política e atentado contra a democracia, porque fui eleita por voto popular, então isso é afrontar a população que me elegeu”, frisou.

A deputada estadual Alessandra Campêlo (PSC) compartilhou o vídeo da vereadora e afirmou que também tomar providências para que nenhuma mulher seja impedida de exercer sua função. “Isso é falta de respeito e violência política contra mulher!”, escreveu.

A violência política de gênero é entendida como agressão física, psicológica, econômica, simbólica ou sexual contra a mulher, com a finalidade de impedir ou restringir o acesso e exercício de funções públicas e/ou induzi-la a tomar decisões contrárias à sua vontade. 

Outras polêmicas

Essa não é a primeira vez que a vereadora Lindynês Leite aponta irregularidades na gestão de Beto D’Ângelo ou que é alvo da administração. Em dezembro de 2022, a parlamentar teve o mandato cassado por suposto excesso de faltas, o que foi revertido pela Justiça do Amazonas.

Na época, a deputada Alessandra Campêlo e Joana Darc (UB) repudiaram a atitude do presidente da Câmara de Manacapuru, Sassá Jefferson (Republicanos), alegando que o mesmo cometeu violência política contra a vereadora, uma vez que ela não teve o direito de ampla defesa e do contraditório.

As faltas da vereadora foram na mesma época em que a mãe e a avó ficaram internadas em um hospital em decorrência da covid-19, e a parlamentar precisou acompanhá-las. Nas redes sociais, Lindynês mostrou mensagens enviadas ao presidente da Câmara e a uma secretária, na quais justifica as ausências, até mesmo com atestado médico.

Após recuperar o mandato na Justiça, a volta da vereadora foi marcada por confusão na Câmara Municipal de Manacapuru. A eleição da nova mesa diretora também precisou ser suspensa.

O vídeo viralizou nas redes sociais e mostrou o momento em que o atual presidente da Casa, Sassá Jefferson, leu a ação que havia resultado na cassação do mandato. Durante a leitura, a vereadora partiu para cima da mesa, rasgando o documento que estava sendo lido. A confusão tomou conta do plenário, com um longo bate-boca entra as chapas concorrentes.

Outro lado

O Portal AM1 procurou a Prefeitura de Manacapuru para questionar o ocorrido com a vereadora Lindynês Leite e o motivo pelo qual a mesma foi barrada. Até a publicação desta matéria, não houve retorno.

A reportagem entrou em contato com o número da assessoria de comunicação da Prefeitura de Manacapuru, mas não obteve retorno.

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