Manaus, 19 de maio de 2024
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Cenário

Deputadas apontam violência política contra vereadora e vão levar caso ao TRE e MP

Após confusão na Câmara de Manacapuru, deputadas estaduais saíram em defesa de Lindynês Leite

Deputadas apontam violência política contra vereadora e vão levar caso ao TRE e MP

Presidente da Câmara de Manacapuru, Sassá Jefferson discutiu com a vereadora (Foto: Reprodução/Instagram)

MANACAPURU, AM – As deputadas estaduais Alessandra Campêlo (PSC) e Joana Darc (UB) afirmaram, nesta terça-feira (06), que vão levar a cassação da vereadora de Manacapuru, Lindynês Leite (PMN), ao Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) e ao Ministério Público, como um caso de violência política de gênero.

A vereadora teve o mandato cassado na última quinta-feira (1º) por suposto excesso de faltas, mas teve o cargo restituído pela Justiça no fim de semana. No entanto, a cassação foi motivo de confusão na Câmara Municipal de Manacapuru nessa segunda-feira (05).

As deputadas alegaram que o presidente da Câmara de Manacapuru, Sassá Jefferson (Republicanos), cometeu violência política contra a vereadora, uma vez que ela não teve o direito de ampla defesa e do contraditório.

“Ele cassou o mandato da vereadora sem sequer abrir uma comissão para analisar o caso, como sempre é feito. Qualquer processo de cassação parlamentar tem que se abrir uma comissão, tem que se abrir o direito a defesa, mas o pior, a cassação foi totalmente ilegal, feita de forma irregular”, disse Alessandra Campêlo.

Presidente da Câmara de Manacapuru (à direita) e vereador empossado no lugar de Lindynês, Robson Nogueira (à esquerda). (Foto: Reprodução/ Instagram)

Ainda segundo a deputada, a vereadora também é vítima de perseguição política por não apoiar a chapa do atual presidente na eleição da mesa diretora da Câmara de Manacapuru. Campêlo acusou os vereadores envolvidos no processo de cassação de serem “machistas e covardes”.

“Nós vamos levar o caso ao conhecimento da Ouvidoria do TRE, porque isso é violência política, violência política de gênero, é uma covardia. A comissão da mulher está acompanhando o caso e nós não vamos descansar enquanto não for resolvido o caso”, afirmou.

Joana Darc, por sua vez, destacou que a vereadora não teve o direito defesa e também afirmou que vai denunciar o caso.

“Vou solicitar Ministério Público, TRE, vou denunciar onde tiver que ser feita a denúncia e estou aqui repudiando, porque imagina você chegar aqui no parlamento e seu mandato simplesmente foi usurpado e o suplente já está no seu lugar, isso é inadmissível”, declarou.

Defesa

Segundo o pronunciamento de Lindynês, feito nas redes sociais, a parlamentar acumulou faltas na Casa porque precisou ficar no hospital com sua mãe e avó no final de 2021. A avó da vereadora, inclusive, faleceu em decorrência da covid-19.

No vídeo divulgado, Lindynês ainda mostrou mensagens enviadas ao presidente da Câmara e a uma secretária, na quais justifica as ausências, até mesmo com atestado médico.