Seminf recebe mais R$ 6,6 milhões para obras, pela 4ª vez, na Avenida Sumaúma

Seminf é comandada pelo secretário Renato Júnior (Fotos: Semcom)

Pela quarta vez consecutiva, os moradores do Monte das Oliveiras, na zona norte de Manaus, presenciarão obras de drenagem profunda na Avenida Sumaúma. Desta vez, as obras custarão, no mínimo, R$ 6,6 milhões que foram descentralizados do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano (FMDU) ligado ao Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb) para a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf).

A portaria de descentralização dos recursos foi publicada no Diário Oficial do Município (DOM) e engordará os cofres da Seminf, comandada por Renato Júnior, para as mesmas obras que foram realizadas em 2019, 2021 e 2022.

Em outubro de 2019, a Prefeitura de Manaus via Seminf realizou uma “obra emergencial” para substituição de 60 metros de tubulações de drenagem profunda na Avenida Sumaúma. A obra iniciou no dia 15 de outubro, no trecho entre a avenida Margarita e o conjunto Vila da Barra.

Em 2021, após as fortes chuvas que assolaram a região, o já prefeito de Manaus, David Almeida, e o vice-prefeito, Marcos Rotta, que na época era secretário municipal de obras, fizeram uma visita técnica na avenida Sumaúma e determinou, de forma emergencial, a realização de obras de recuperação de 200 metros de drenagem profunda que se rompeu no local.

Na época, David Almeida afirmou que o rompimento foi em decorrência de ocupações irregulares na região e garantiu que resolveria o problema definitivamente.

“Aqui, o trabalho já tinha sido feito nas gestões anteriores da prefeitura. Eles fizeram as galerias, só que as ocupações irregulares em cima das galerias acabam trazendo mais esse grande problema para população. São casas que desviaram o leito dos igarapés e agora, com a chegada das chuvas, vai gerar um transtorno para os moradores. Estou aqui com o secretário de Infraestrutura, e vamos verificar a melhor solução para entrarmos emergencialmente e resolver esse problema. Não vamos permitir mais esse tipo de ocupação na cidade de Manaus”, disse David Almeida, no local.

Em 2021, David Almeida garantiu que resolveria o problema (Foto: Semcom/Divulgação)

‘Emergência’

Menos de um ano depois de agir “emergencialmente”, em maio de 2022, a Seminf iniciou outra obra de drenagem profunda na avenida Sumaúma. Por conta das obras, que iniciaram em 17 de maio e seguiram até dia 23, o trânsito na via foi desviado entre as ruas Paracuúba e Angico Branco.

Agora, pela 4ª vez, a Seminf, comandada por Renato Júnior, fará novamente obras de drenagem profunda na mesma avenida.

Retrabalho

O retrabalho já é rotina na Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf), especialmente durante a gestão de Renato Júnior. O secretário, que usa as redes sociais deliberadamente para divulgar as ações à frente da Secretaria, expõe a duplicidade na execução de obras de infraestrutura na cidade.

À toque de caixa e, rotineiramente, “de forma emergencial”, denotando a falta de planejamento na execução de ações de infraestrutura e combate definitivo aos problemas, o exemplo mais recente do retrabalho em obras de infraestrutura foi visto na erosão que assolou a Avenida Torquato Tapajós.

A área da cratera que se abriu na avenida Torquato Tapajós, em Manaus, na última segunda-feira (20) passou por obras da Prefeitura de Manaus em junho de 2022. A área fica localizada metros à frente da nova ponte da avenida Senador Raimundo Parente, localizada no bairro Flores, zona centro-sul, batizada de Wilson Wolter Filho, em homenagem ao ex-secretário municipal e professor aposentado da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), que morreu em maio de 2020, em decorrência de complicações da Covid-19.

‘Problema resolvido’

Na entrega da obra da ponte, em junho de 2022, o secretário municipal de infraestrutura, Renato Júnior, garantiu que o problema de infraestrutura no local estava “resolvido de forma definitiva”. Meses depois, em fevereiro de 2023, a margem do igarapé está desabando, gerando uma cratera que causa riscos ao tráfego de pedestres e veículos na via.

Após o desabamento de parte da área, o secretário Renato Júnior usou as redes sociais para desmentir a Prefeitura e dizer que a cratera que se abriu na margem do igarapé, cerca de 70 metros após a ponte, não faz parte da obra realizada pela Prefeitura.

“A ponte que nós fizemos, há menos de um ano atrás, nada tem a ver com essa erosão. Cerca de 70 metros de distância, ou seja, completamente seguro, pode livremente trafegar por aqui. Não há risco algum de nenhum condutor passar por aqui”, disse o secretário Renato Júnior, nesta terça, desmentindo a Prefeitura.

O secretário contradiz ele mesmo, pois em junho de 2022, após os levantamentos topográficos realizados, garantiu que o problema no local havia sido resolvido definitivamente.

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