Manaus, 8 de maio de 2024
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Cidades

TJAM condena médico por deformar corpo de paciente

Carlos Jorge Cury Mansilla é réu em 22 processos por erro médico na Justiça do Amazonas; médico teve registro cassado em 2017 pelo CRM-AM

TJAM condena médico por deformar corpo de paciente

Foto: Divulgação

MANAUS, AM – O médico Carlos Jorge Cury Mansilla teve a pena de cinco anos de prisão confirmada pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) nesta segunda-feira (19). Mansilla é acusado de ter deformado o corpo de uma de suas pacientes após uma cirurgia plástica, especialidade que ele não possui. O cirurgião também se apresentava como aluno do renomado cirurgião Ivo Pitanguy, falecido em 2016.

Neste processo, Mansilla já havia sido condenado no mês de janeiro, em primeira instância. Ele chegou a recorrer, mas teve a pena confirmada nesta segunda-feira. De acordo com a juíza Eulinete Melo Tribuzy, da 11ª Vara Criminal do TJAM, o erro médico causou “sérios danos e traumas sem precedentes na vida da vítima, já que teve seu abdômen mutilado”.

Leia mais: Vítima do médico Mansilla presta depoimento na Justiça do Amazonas

A magistrada ainda condenou o médico por estelionato, uma vez que a vítima pagou R$ 13 mil, porque acreditou que o médico tivesse capacidade técnica para realizar a cirurgia. No entanto, como o crime prescreveu, a juíza extinguiu a punição.

Carlos Jorge Cury Mansilla é réu em um total de 28 processos na Justiça do Amazonas. 22 deles têm a ver com erros médicos, e em um deles, o médico é acusado de homicídio culposo de uma de suas pacientes. Ele teve o registro de médico cassado pelo Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CRM-AM) em 2017.

Entenda o caso

A paciente teria procurado Mansilla após uma indicação. Além de uma plástica no nariz, ele teria oferecido os serviços de lipoescultura e abdominoplastia à mulher, pelo preço de R$ 13 mil, sendo uma entrada de R$ 7 mil e seis parcelas de R$ 1 mil. O pagamento foi feito em março de 2012, e a cirurgia aconteceu no mesmo dia, no Instituto do Coração do Amazonas (Incor), na avenida Major Gabriel.

Os erros começaram quando a paciente acordou durante a cirurgia, que durou mais de seis horas. Na ocasião, os médicos aplicaram um reforço da anestesia. Segundo a mulher, ela teria ficado apenas 24 horas na unidade e foi para casa. No entanto, a cicatriz do abdômen infeccionou, e dez dias após a cirurgia, ela retornou aos consultório para retirar os pontos. Quem fez o procedimento foi o irmão do médico.

A mulher ainda relatou que a cirurgia voltou a abrir, e o próprio Mansilla tentou fechar a cicatriz, mas não conseguiu. Cinco meses após o procedimento, a mulher continuava na mesma situação. Ainda segundo a paciente, as consequências da cirurgia mal feita teriam afetado até mesmo seu casamento e vida íntima.

(*) Com informações do site Amazonas Atual.

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