MANAUS – Após um ano da morte de Josiane de Souza Rodrigues, de 37 anos, soterrada na própria casa, o esposo da vítima, Edimilson Nascimento, de 46 anos, afirmou que a área continua em situação de abandono. O local da tragédia fica na rua Osmarina Martins, na Comunidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, bairro Cidade Nova 2, zona Norte da capital.
Em entrevista ao Portal AM1, que esteve presente no local, Edimilson Nascimento de Paiva, auxiliar multifuncional, relatou que o local onde morava com a mulher e os dois filhos, continua abandonada, mesmo após já terem pedido providências ao Distrito de Obras da Prefeitura de Manaus.
A esposa de Edimilson morreu soterrada no dia 17 de janeiro do ano passado, durante um temporal atingir a cidade. Uma tubulação de esgoto que estava aberta, foi “remendada” pela Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf), algum tempo após a tragédia.
Na época, Edimilson recebeu o apoio de secretarias como da Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), da Defesa Civil e o auxílio-moradia da prefeitura, que só poderá receber até este semestre.
Edimilson disse que fez o cadastro em julho do ano passado na Vice-Presidência de Habitação e Assuntos Fundiários (Vpreshaf), do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), para ser contemplado com uma casa, porém, até o momento, a resposta é de que há outras demandas e não tem previsão para ser atendido.
Área abandonada
Um ano após a morte da companheira, o local permanece abandonado pelo poder público. Para piorar a situação, a casa de Edimilson e outras nos arredores estão sendo utilizadas por usuários de droga.
“Está cheia de mato, estão jogando muito lixo e já tem gente aqui com outras intenções”, disse Edimilson sobre a sua casa, e disse ainda, que outra residência abandonada, ao lado da casa dele, é constantemente invadida por vândalos.
Perda irreparável
Os dois filhos eram de Josiane, um menino e uma menina, que segundo Edimilson, atualmente, moram com a família da vítima em Beruri, no interior do estado, a pedido da família da vítima, e disse que sempre entra em contato com eles e ajuda com o que pode no sustento de ambos.
No dia que Josiane faleceu, alguns vizinhos ajudaram a recuperar móveis da casa e um deles foi Ribamar Ferreira, de 49 anos, que relatou a apreensão dos moradores que residem bem próximo ao barranco.
“A cada chuva que dá, é um medo. Toda chuva que dá, é aquele medo, é aquele receio desse barranco voltar a descer”. E pediu também, para a prefeitura tomar providências de segurança na área por conta de algumas famílias já terem deixado o local devido ao perigo que a área apresenta, atraindo assim, vândalos, já que algumas casas estão vazias.
Ribamar falou, também, de que os próprios moradores, é que fazem o que podem na infraestrutura da rua porque segundo ele, a prefeitura “esqueceu” dos moradores da comunidade.
Uma outra moradora da mesma rua, dona Rosa Maria, se emocionou ao relembrar a morte de Josiane. Ela disse que quando soube que Josiane havia falecido, não teve coragem de ir até os escombros e também por conta da dificuldade que tinha para chegar até a casa.
A equipe de reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf) e pediu esclarecimentos sobre o motivo da demora para resolver o problema, mas até a publicação desta matéria, não houve retorno. O espaço segue aberto para a manifestação da pasta.
Relembre o caso
Josiane morreu soterrada depois que um barranco caiu sobre a sua casa, durante o temporal que caiu sobre a cidade de Manaus no dia 17 de janeiro de 2022. Segundo moradores da região, a mulher morava no local há 11 anos com os dois filhos e o esposo.
Segundo o esposo de Josiane, a mulher foi pegar um guarda-chuva para tentar proteger os filhos, porém, com a força da água da chuva, o barranco caiu sobre a sua casa e soterrou a vítima.
Conforme relato de vizinhos, temendo a tragédia, Josiane havia ido ao Distrito de Obras da Prefeitura de Manaus várias vezes para informar sobre uma tubulação de esgoto que estava aberta. No entanto, a moradora teria recebido como resposta que não havia material para corrigir a tubulação.
A moradora comprou material para tentar evitar o deslizamento, mas acabou não dando tempo e a mulher morreu soterrada.
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