Manaus, 7 de maio de 2024
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Cenário

Vereadores batem boca na CMM por denúncia de assédio a motoboys

O caso ocorreu durante audiência pública na CMM que discutia sobre serviço de entrega em condomínios e residenciais de Manaus.

Vereadores batem boca na CMM por denúncia de assédio a motoboys

Manaus (AM)-   Houve um bate boca entre os vereadores Rodrigo Guedes (Podemos) e Marcelo Serafim (PSB) durante audiência pública na Câmara Municipal de Manaus (CMM), nessa terça-feira (20), que debateu o projeto de lei sobre serviço de entrega em condomínios, residenciais, edifícios e salas comerciais de Manaus.

A discussão ocorreu após Kelvin Clay, entregador e um dos representantes dos motoboys, denunciar que colegas estariam sendo assediados por um morador do condomínio Concept, residencial que Marcelo mora. Ele relatou que o morador oferecia dinheiro aos trabalhadores em troca de sexo.

“Marcelo Serafim, o senhor sabia que na sua torre existe um cara que assedia os entregadores?  Quando a gente vai fazer as entregas, eu vou citar só o apartamento dele, 53. Todo entregador conhece, esse morador durante a pandemia e após a pandemia, ele convidava o entregador, forçava o entregador a entrar, oferecia um valor para fazer atos sexuais e os entregadores não aceitavam”, relatou o motoboy.

Pontos de vistas

O vereador, por sua vez, rebateu as acusações de Kelvin o chamando de “mentiroso” já que no prédio que foi citado pelo trabalhador, reside um “respeitadíssimo médico” da capital amazonense, que fica localizado no bairro Adrianópolis, zona Centro-Sul de Manaus. Ele ainda ressaltou que Kelvin teria de provar na Justiça as acusações.

“Isso é grave. Isso é muito grave. Está o prédio inteiro, todo mundo conhece o morador. Me desculpe, vossa senhoria mente dentro deste plenário e terá que comprovar na Justiça o que vossa senhoria está falando. Isso é grave, isso é grave. Houve uma ofensa e estou me insurgindo contra a ofensa”, rebateu Serafim.

Em defesa do motoboy, Guedes, que é autor do projeto, disse que Marcelo “não pode dizer que o entregador está mentindo”, uma vez que ele não “está lá, na porta do morador” para saber o que acontece na vida pessoal dos moradores do prédio.

“Quer dizer que ele pode ofender todo mundo e dizer, inclusive, em tom de demérito ao projeto de lei […]. Agora dizer que o entregador está mentindo. Como ele sabe? Ele está lá? Eu vou, se for o caso, até à delegacia junto com o entregador, para a gente fazer qualquer ocorrência de investigação”, disse Guedes.

O vereador continuou afirmando que Marcelo poderia até processar o motoboy, mas não dizer que ele estava mentindo somente para “defender amigo”, se referindo ao morador que reside no mesmo prédio que Marcelo. “Respeite o trabalhador e pai de família, vereador”, finalizou Guedes com os ânimos alterados.

O presidente da Casa, vereador Caio André (Podemos) precisou interromper a fala de Guedes e afirmar que cada um era responsável pelas afirmações que estavam falando.

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