Manaus, 27 de abril de 2024
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Cenário

Academias de luta do AM poderão exigir antecedentes criminais de alunos

Segundo o autor do projeto, as medidas servem para endurecer as punições, principalmente, à agressores de mulheres.

Academias de luta do AM poderão exigir antecedentes criminais de alunos

(Foto: Reprodução/Canva/Montagem AM1)

Manaus (AM) – Um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados, em Brasília, pode tornar obrigatória a entrega do documento de antecedentes criminais no ato da matrícula nas academias esportivas. A lei visa endurecer as medidas contra homens envolvidos em casos de agressão a mulheres.

O parlamentar Jeferson Rodrigues (Republicanos), autor do PL 3801/23, afirma que as restrições visam diminuir as oportunidades para casos de agressão. “A restrição de acesso a academias para agressores de mulheres também representa uma forma de responsabilizá-los por suas ações”, disse.

E um dos meios pelos quais essa ação seria concretizada se refere à análise do documento de antecedentes criminais que seria entregue pelo aluno ao se matricular para iniciar os treinos nas academias de esportes.

Além da análise dos antecedentes no ato da matrícula, o texto estabelece punições para academias que venham a desrespeitar a medida, como: advertência, multa de R$ 1 mil a R$ 10 mil e proibição da abertura da academia por 30 dias.

Conforme matéria publicada pelo Portal AM1, no dia 15 de janeiro deste ano, casos de violência contra a mulher envolvendo ‘jiujiteiros’ são destaques em Manaus. Em 2023 e início de 2024, por exemplo, dois casos de agressão e incitação à violência contra mulheres ganharam repercussão na capital e no país.

O Portal AM1 entrevistou o lutador e proprietário de um centro de treinamento de boxe, Jackson Velasco, que se posicionou sobre o assunto e afirmou que o projeto da Câmara federal não influenciará e não evitará que alguém sofra qualquer tipo de agressão.

“O deputado está sendo infeliz em querer fazer um projeto que não vai tocar, não vai intimidar e evitar ninguém de ser agredido, sendo mulher ou homem”, disse.

Lutador e proprietário de uma academia de boxe Jackson Velasco

(Foto: Arquivo pessoal/Portal AM1)

O lutador ressaltou, ainda, o papel da luta como fonte de manutenção do autocontrole e domínio próprio. “O que a arte marcial faz? Ela não só eleva a autoestima ou ajuda na saúde mental, mas também trabalha o autocontrole, a gente trabalha a mente da pessoa para que ela tenha mais domínio próprio e autocontrole”, argumentou Velasco.

Jackson também disse que a lei e a obrigatoriedade em exigir os antecedentes criminais de interessados e alunos afetará unicamente o financeiro das academias.

“O deputado quer fazer uma lei em que eu vou ter que exigir os antecedentes, isso só vai fazer com que o fator financeiro diminua, só vai afetar economicamente o bolso dos donos de academia”, afirmou Jackson ao Portal AM1.

O empreendedor lembrou, também, que a inclusão social e ressocialização podem acontecer por meio das artes marciais, uma vez que aprender para que serve o esporte e como praticá-lo é um das formas de reintegrar as pessoas ao vínculo social.

“Já trabalhei com ex-dependentes químicos, que por meio da luta, encontraram caminhos diferentes e, hoje, estão na faculdade de direito, por exemplo”, finalizou o instrutor.

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