Arthur Neto criticou procedimento realizado pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. Foto: Divulgação
Manaus (AM) – O ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto voltou a defender o ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) nas redes sociais. Nessa terça-feira (6), ele publicou um manifesto no Twitter contra a decisão da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, que confirmou decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de cassar o mandato do parlamentar pela tentativa de escapar da Lei da Ficha Limpa.
Na avaliação do ex-mandatário, a decisão foi resultado de um conluio entre o presidente Lula (PT) e o dirigente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). O parlamentar teria se livrado de condenação por corrupção passiva no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta quarta-feira (6), em troca da cassação do colega.
Dallagnol atuou junto com o ex-juiz Sergio Moro na operação Lava Jato, cujo ponto culminante foi a prisão de Lula em abril de 2018. O petista foi acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro na compra de um triplex no bairro do Guarujá, em São Paulo.
“Lira toma café com Lula, na sequência é liberado pelo STF e, em seguida, vemos a confirmação, pela Mesa da Câmara, que aceitou a decisão do TSE que cassou o mandato do deputado mais votado do Paraná. Muito estranho, muito estranho!!!”, escreveu Arthur Neto.
“Não consigo entender. Fui parlamentar durante tanto tempo, e a primeira coisa que se aprende lá é que o Congresso tem uma soberania e que a soberania está mesmo é no Plenário. Não é a da Mesa da Câmara, que foi eleita pelo plenário. Não é do TSE que diz que tem que cassar o deputado. Não é! A soberania é do Plenário”, acrescentou.
Até o final da tarde desta quarta-feira (7), a postagem havia recebido 10,5 mil curtidas e mais de 2 mil retweets. Nos comentários, o deputado Marcel van Hattem (NOVO-RS) postou emojis de aplausos.
A postagem também recebeu críticas. “Ninguém cassou o mandato dele. O TSE cassou por UNIANIMIDADE a candidatura dele. Pura e simples aplicação da lei para quem comete fraude eleitoral. Essa emenda que cassou ele foi aprovada no legislativo. O resto é MIMIMI”, respondeu uma usuária.
Dallagnol foi acusado de infringir a Lei da Ficha Limpa ao pedir exoneração do cargo de procurador da República enquanto era alvo de infrações disciplinares no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
Em meados de 2019, a divulgação de mensagens de celular trocadas entre Moro e Dallagnol revelaram uma séria de irregularidades cometidas no âmbito da Lava Jato.
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