Manaus (AM) – Ausente da vida pública há quase um ano e meio, o ex-prefeito Arthur Neto abraçou desde então a defesa de valores caros à direita brasileira, como a defesa de políticos contra supostos abusos do Judiciário.
A nova investida nesse sentido é a mobilização, em suas redes sociais, a favor da CPI do Abuso de Autoridade. A iniciativa foi lançada pelo deputado federal Marcel von Hattem (NOVO-RS), que está recolhendo assinaturas de parlamentares e da sociedade civil para a instalação do colegiado.
A proposta visa conter a “censura” imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF).
“A Democracia está em risco! Não é possível mais fingir ou tapar os olhos para o que está acontecendo. Assinarei o Manifesto, como cidadão comum, que será sempre livre”, escreveu Arthur Neto no Twitter. “Espírito, alma, coragem, convicções, ninguém prende! Que a maioria dos parlamentares assine a CPI do Abuso de Autoridade. É gesto nobre e também de autodefesa do poder que precisa voltar a ter poder”.
O estopim para a mobilização foi a cassação do mandato do senador Deltan Dallagnol (Podemos-PR). Ele é acusado de usar o cargo para escapar de processos administrativos disciplinares (PADs) que seriam instaurados pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
Em postagem mais recente, Arthur Neto publicou um vídeo no qual repete a declaração anterior. E acrescentou: “a palavra de ordem é não aceitar ditadura nenhuma. Nem clara, nem disfarçada. A insegurança jurídica passou dos limites. Chegou a hora do basta”.
Oposição
Quadro histórico do PSDB, Arthur Neto tem aproveitado o alcance das redes sociais para repisar o papel que exerceu no cargo de senador durante o primeiro governo Lula (2003-2006): o de oposição sistemática ao petista.
A atual política externa, a relação do governo com o Movimentos dos Sem Terra (MST) e as investigações sobre os atos golpistas de 8 de janeiro são alguns dos temas comentados pelo ex-mandatário.
Nas postagens, Artur Neto costuma repetir palavras como “censura” e “ditadura”. Apoiador de última hora do ex-presidente Jair Bolsonaro, que costuma louvar o regime de exceção instalado em 1964, Arthur Neto parece ter esquecido a perseguição sofrida pelo pai, Arthur Virgílio Filho, no combate à ditadura militar. Ele teve os direitos políticos cassados por meio do Ato Institucional 5 (AI-5), em 1969.
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