De prisão a ringue de MMA: relembre as 'pérolas' de prefeitos do AM em 2021

Foto: Reprodução

MANAUS, AM – Em 2021, o ano foi marcado por diversas polêmicas girando em torno de políticos amazonenses, sendo da capital ou interior do estado. A mais recente e que repercutiu nacionalmente foi a luta de MMA entre o prefeito de Borba, Simão Peixoto (PP) e o ex-vereador Erineu Alves, mais conhecido como ‘Mirico’.

Inimigos declarados, os dois políticos decidiram resolver suas divergências se enfrentando em uma luta sem nenhuma técnica, no evento de Box MMA 2021, realizado no município no último dia 12.

O embate, organizado pela Secretaria Municipal de Assistência Social, durou três rounds e encerrou por volta das 3 horas da madrugada. Na disputa, Simão recebeu diversos golpes de seu adversário. Após diversos chutes, o prefeito finalizou a luta como vencedor, mas saiu mancando do ringue.

O embate ocorreu após Mirico ter feito críticas à gestão de Simão na Prefeitura de Borba e a luta foi provocada pelo próprio prefeito que convidou o ex-vereador para o desafio. A luta será investigada pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM), que pediu explicações sobre o dinheiro utilizado para realização do evento, a suposta destinação de recursos públicos e a existência de patrocinadores privados, venda de ingressos e autorização concedida pelos órgãos públicos.

Show

Esse caso foi o mais recente. Porém, em outubro, o Portal Amazonas1 mostrou que, em meio a pandemia de covid-19, o prefeito de Urucurituba, José Claudenor Pontes (PT), mais conhecido como ‘Sabugo’, assinou um documento que visava promover um evento gospel aos mais de 24 mil urucuritubenses, com custo de R$ 50 mil.

Tudo isso para ter o show do cantor Leonardo Gonçalves e sua banda no evento evangélico ‘Festival da Palavra e Música Cristã’, em Urucurituba; documento não informava qual seria a data do evento. O cantor, conhecido pela música ‘Sublime’, foi contratado por meio da empresa Oficina da Música Ltda.

Palanque

Outra peripécia de gestores do interior ocorrida neste ano foi em setembro, quando o prefeito de Anamã, Chico do Belo (PSC), resolveu montar um palanque político para o senador Eduardo Braga (MDB), em uma inauguração da obra de um ginásio esportivo com recursos de emenda parlamentar.

Com as eleições chegando, daqui a pouco mais de um ano, políticos fazem de suas ações obrigatórias motivo para realizar propaganda disfarçada.

A situação passaria despercebida se não fosse o detalhe de Chico do Belo ser da base do governador Wilson Lima, atual concorrente de Braga.

Ao que tudo indica, o prefeito Chico do Belo anda fazendo afagos em todos os possíveis candidatos a governador nas eleições de 2022. Isso porque, além do senador Eduardo Braga, o ex-governador Amazonino Mendes (sem partido) também foi lembrado pelo gestor, nesse período.

Reinado em Coari

Um caso que saltou aos olhos dos amazonenses neste ano foi a eleição suplementar no município de Coari. A cidade teve um novo pleito em razão da cassação da candidatura do ex-prefeito Adail Filho (PP) e o ex-vice dele, seu primo Keitton Pinheiro (PP).

Após julgamentos do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) e Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a chapa de Adail foi considerada inelegível porque este seria o terceiro mandato do mesmo núcleo familiar. O Tribunal considera que Adail Filho e seu pai, Adail Pinheiro, governaram a cidade por três mandatos consecutivos.

No novo pleito, os principais concorrentes foram Keitton Pinheiro, lançado pela chapa do PP, e Robson Tiradentes, do PSC. A disputa foi acirrada, com ambos os lados se atacando de diversas formas. Um apoiador de Adail chegou a ser baleado ao final de um comício realizado na cidade.

No fim das contas, Keitton Pinheiro venceu a eleição com 53,24% dos votos válidos (17.765 votos) contra 35% (11.680 votos) recebidos por Robson Tiradentes.

Esta vitória, aliás, já vinha sendo esperada pela família Pinheiro, que, ao longo de todo o processo de julgamento da candidatura de Adail Filho, em 2021, dizia que se houvesse eleição, o candidato da sua família ganharia de novo.

‘Caloteiro’

Neste ano, teve prefeito que ainda foi chamado de caloteiro pelo deputado estadual Carlinhos Bessa (PV) em plena sessão plenária na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). Trata-se do prefeito de Tefé, Nicson Marreira (PTB), que dias antes, emitiu uma nota desmentindo acusações que já haviam sido feitas anteriormente pelo deputado em relação a sua gestão.

Na ocasião, Bessa chamou Nicson Marreira de “caloteiro” por não pagar dívidas que possui com ele, além de afirmar que a gestão de Nicson coleciona irregularidades em contratações de serviços no município.

Vale lembrar que a troca de farpas entre Nicson e Bessa começou após o prefeito de Tefé publicar uma nota afirmando que Carlinhos Bessa estaria distribuindo panfletos no município informando que suas emendas parlamentares não estavam sendo executadas pela gestão municipal.

Ameaça à jornalista

Em junho deste ano, o jornalista Leandro Marques, da Rede Amazônica, foi ameaçado por um servidor da Prefeitura de Itacoatiara, comandada pelo prefeito Mário Abrahim (PSC).

A intimidação foi gravada e, em dado momento, o servidor disse ao jornalista que se saísse uma “vírgula” falando mal do prefeito Mário Abrahim o repórter iria apanhar do servidor. “Se sair uma vírgula, uma vírgula falando mal do prefeito Mário Abrahim tu vai pegar uma surra [sic]”, disse o funcionário da prefeitura.

“Se sair uma foto minha você está morto”, disse o funcionário. Ainda é possível ouvir no vídeo, que será registrado um Boletim de Ocorrência após as ameaças.

Prefeito preso

Neste teve até prefeito do interior do Amazonas que foi preso em Operação do Ministério Público do Estado (MP-AM). Foi o caso de José Claudenor de Castro Pontes, mais conhecido como ‘Sabugo’ (PT), prefeito de Urucurituba. Além dele, também foram presos em abril deste ano o irmão do gestor, José Júlio de Castro Pontes, e a secretária municipal de Finanças, Eliana da Cunha Melo.

Denominada de Operação ‘Coleta de Luxo’, a investigação visa apurar, de um modo geral, direcionamento de licitações e lavagem de dinheiro, com a presença marcante de agentes públicos intimamente ligados às empresas vencedoras de certames licitatórios e crescente incompatibilidade patrimonial com os respectivos ganhos dos envolvidos.

Dias depois, o prefeito foi solto por decisão judicial e recebido por centenas de pessoas que estavam à sua espera no porto da cidade. Além de estarem de vermelho em homenagem ao prefeito ‘Sabugo’, que é petista, muitos apoiadores utilizavam carros e motos para se locomover para a residência do prefeito.

Até o deputado estadual Sinésio Campos (PT) também marcou presença na mobilização.

Nepotismo

No início do ano, o prefeito de Anamã, Chico do Belo, chamou atenção do Portal Amazonas1 em razão das diversas denúncias de nepotismo na prefeitura. Os relatos e investigações apontam que o prefeito nomeou o próprio filho, Ruam Bastos, em dois cargos diferente.

Além disso, a nora de Chico do Belo, Jéssica Conegundes da Silva (Republicanos), é vereadora na cidade. Ela foi alvo de um pedido de cassação no MP-AM por suposto parentesco com o prefeito.

Desembargador quer unir processos que podem cassar mandato de vereadora em Anamã

Certificado falso

Logo após as eleições de 2020 e início de 2021, veio à tona um processo contra o prefeito de São Paulo de Olivença, Nazareno Martins (Republicanos), mais conhecido como ‘Gibe Martins’, por suposta falsificação do certificado de escolaridade no registro de candidatura.

O recurso contra a diplomação do prefeito eleito foi movido por José Carlos de Souza, o Zé Carlos (PSC), ao alegar que Gibe Martins não atendeu a exigência de escolaridade.

Em seu voto, o relator Marco Antônio Pinto da Costa rejeitou o recurso e sustentou que a apresentação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) comprovava a escolaridade do prefeito.

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