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Manaus – Com o pedido de cassação estacionado na Assembleia Legislativa do Amazonas, a deputada Joana Darc (UB) não tem comentado sobre o assunto, e tem se empenhado em mostrar as ações no último ano de trabalho. Por outro lado, os deputados Dermilson Chagas (Republicanos) e Wilker Barreto (Cidadania) têm cobrado o andamento do processo na Casa Legislativa.
A história toda começou após a deputada Joana Darc afirmar que houve compra de votos na eleição que resultou na escolha do deputado Roberto Cidade (PV) para o cargo de presidente da Aleam, em dezembro de 2020. Segundo ela, 16 dos 22 deputados teriam recebido a quantia de R$ 200 mil para votar a favor de Cidade.
Depois de “sentir a pressão”, a deputada voltou atrás com as afirmações e pediu desculpas ao Parlamento sete meses após as acusações. Darc subiu na tribuna com o filho no colo e pediu para que retirassem as palavras ditas, segundo ela, “de forma injusta e leviana”.
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Na ocasião, ela pediu para que os colegas parlamentares considerassem “uma página virada da história”, e ainda citou a maternidade no pedido de desculpas. “Não é justificativa, mas minha maternidade não foi fácil. Talvez naquele momento, por ainda não ser mãe e estar passando por um momento conturbado, eu não entendesse que eu estaria atingindo a vida de cada um. Independentemente do que aconteça e da situação, eu quero aqui, de todo o meu coração, pedir desculpas”, disse.
No entanto, o processo passou pela Mesa Diretora e está nas mãos da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, caso seja aprovado, será votado em plenário. Contudo, o pedido de cassação está parado na Aleam, o que tem causado descontentamento nos deputados que moveram a ação.
Nesta semana, Wilker e Dermilson estiveram em reunião com a CCJ, porém, seguem aguardando um posicionamento da Mesa Diretora quanto ao assunto. Ao Portal AM1, o deputado Dermilson afirmou que tem cobrado o presidente Roberto Cidade sobre o andamento do processo, mas que agora vai esperar uma posição da Mesa.
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“Eu já cobrei várias vezes o andamento do processo para o presidente colocar na pauta, para que ele limpe a imagem dele, não fique uma dúvida em relação a pessoa dele sobre a eleição dele”, disse. O parlamentar ainda comentou que há outros pedidos parados na Casa, que se juntam ao processo de Joana Darc.
“Ele não responde, não vem uma resposta da Mesa Diretora, da Assembleia Legislativa, e a gente fica perguntando sobre essa denúncia que ela fez, que é muito grave. E a sociedade sempre questiona como está o processo, ele não responde nada, lamentavelmente”, comentou.
Dermilson já pediu na tribuna que as provas dessa denuncia sejam mostradas, inclusive tem repetido o discurso quando questionado sobre o pedido de cassação. “O processo não anda na Assembleia. Quer dizer que 22 deputados, e eu votei nele, quero que prove e que digam quem são os deputados que pegaram R$ 200 mil. Se estão escondendo o processo dela, qual o medo que tem nisso aí?”, afirmou.
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Já o deputado Wilker Barreto também tem cobrado o andamento do processo. O pedido, inclusive, já foi feito na tribuna durante as sessões plenárias da Aleam, à Mesa Diretora e a CCJ. Após a reunião desta semana, o Portal AM1 procurou o parlamentar para questionar quais serão os próximos passos, que informou que vai esperar uma decisão da Mesa Diretora sobre o assunto.
“Eu estou pedindo providências porque essa Casa precisa dar a resposta para a sociedade. Já se passaram mais de um ano e não se tem uma definição sobre o caso. Então, presidente, eu estou pedindo. Já passou pela CCJ, tem admissibilidade e precisa seguir para a Comissão de Ética. A Assembleia de São Paulo é rígida, a do Amazonas passa a mão na cabeça”, disse o parlamentar na tribuna.
Sendo um dos personagem principais da história, o presidente da Aleam, Roberto Cidade, comentou sobre o processo em um dos primeiros dias do retorno das sessões presenciais. De acordo com ele, os deputados querem “inflamar o cabaré” e destacou que tem tranquilidade e calma no que é melhor para os andamentos da Casa.
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“Foi para a mesa diretora esse processo, mas ele tem que ir para a Comissão de Ética; então, assim, teve uma decisão tumultuada na CCJ de que forma vai ser o andamento correto, então eu tenho que mandar para a procuradoria para ver qual é o rito correto pra [sic] gente poder dar o andamento”, justificou.
“Tá [sic] tramitando na Casa, já foi definido na CCJ que é uma punição, uma punição de um mês, de três meses, de seis meses, né? Isso aí ela já falou abertamente que não tem problema nenhum em cumprir. Então eu acredito que esse tema já é matéria vencida”, concluiu Cidade.
Outro lado
Com muitas propostas na Aleam, muitas arquivadas do que aprovadas, a deputada Joana Darc tem evitado tocar no assunto sobre a cassação. Com o processo nas costas, nas últimas semanas ela se envolveu em mais uma polêmica nas redes sociais.
Ao anunciar a construção do primeiro hospital veterinário público do Amazonas, a deputada precisou lidar com comentários negativos sobre ter cumprido a promessa de campanha apenas no último ano de mandato e, coincidentemente, em ano eleitoral.
O Portal AM1 entrou em contato com a assessoria da deputada Joana Darc para ter acesso aos projetos aprovados da deputada, mas a equipe de reportagem foi encaminhada à página da parlamentar na plataforma da Aleam.
Em relação ao processo de cassação, ao Portal AM1, a assessoria do deputado Delegado Péricles, presidente da CCJ, afirmou que será definido se o caso será arquivado, se o mandato da deputada será suspenso temporariamente ou cassado, de fato.
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