Manaus, 4 de maio de 2024
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Cenário

Joelson, David Reis, Bessa e Gilmar são os mais faltosos em três anos na CMM

Segundo o Regimento Interno da CMM, existem oito identificações para as faltas dos parlamentares.

Joelson, David Reis, Bessa e Gilmar são os mais faltosos em três anos na CMM

(Fotos: Divulgação/ASSESSORIAS PARLAMENTARES)

Manaus (AM) – Em três anos de mandato na Câmara Municipal de Manaus (CMM), os parlamentares que mais faltaram às sessões foram os ex-presidentes da Casa legislativa, Joelson Silva (Patriota); David Reis (Avante) e os vereadores Elissandro Bessa (Solidariedade) e Gilmar Nascimento (Avante). Juntos, os quatro vereadores faltaram, no período, 189 vezes.

Os dados foram consultados pelo Portal AM1 no dias 20 e 21 de novembro no Sistema de Apoio ao Processo Legislativo (SAPL) e são referentes aos anos de 2021, 2022 e até outubro deste ano.

Joelson ocupa o topo do ranking com 58 faltas; David vem em segundo lugar com 52 ausências. Bessa faltou 40 vezes e, Gilmar, que assumiu o mandato na CMM em fevereiro do ano passado, após Sandro Maia ser cassado, se ausentou 39 vezes do trabalho no Parlamento.

O Parlamento Municipal registra no SAPL mensalmente um relatório com o total de presenças, faltas e os motivos das ausências de cada um dos vereadores. O documento de cada mês fica disponível somente no início do mês seguinte.

A maioria das faltas dos representantes da população manauara é justificada, ou seja, eles apresentaram um documento justificando o motivo das ausências.

Segundo o Regimento Interno da CMM, existem oito identificações para as faltas dos parlamentares.

A primeira é quando o vereador falta sem justificar, que é representada pela letra ‘A’ de ‘Ausência’.

As outras são: AJ’ que significa ausência justificada com desconto por solicitação do vereador; ‘AJ1’ que é falta por atestado médico ou de óbito; ‘AJ2’, que é a ausência por ‘motivo de força maior’; ‘AJ3’ que significa que o parlamentar está de licença para serviço ou missão de representação da CMM e atividades inerentes ao mandato, bem como por maternidade ou paternidade, adoção; ‘AJ4’, que é por substituição interina do chefe do Executivo; ‘LS’, que é falta por licença sem ônus e ‘LO’, falta por licença com ônus.

Campeão de faltas

No topo da lista, com 58 faltas, está o vereador Joelson – que foi presidente do Parlamento Municipal no biênio 2018/2019.

Joelson começou a faltar às sessões com mais frequência após o falecimento da sua filha Judy Cristine Cardoso, de 18 anos, ocorrido no dia 11 de abril deste ano. Judy lutava contra uma doença desde criança e iniciou um tratamento em 2020.

Em 2021, Joelson não faltou os meses de fevereiro e março; em abril ele faltou apenas uma vez, no dia 28, por “motivo de força maior” e em maio faltou mais duas vezes com a mesma justificativa.

No mês de junho, julho, agosto, setembro e outubro, o vereador não registrou ausências. Em dezembro, ele faltou uma vez, no dia 15, por motivo de força maior.

O político iniciou 2022 sem faltas, vindo a registrar ausência nos dias 2, 3, 4, 9 e 25 de maio e, todas, por motivo de força maior. Em junho e julho, Joelson não se ausentou do trabalho na Casa.

Em agosto, o parlamentar faltou três vezes pelo mesmo motivo das ausências anteriores. No mês seguinte, ele registrou apenas uma falta no dia 19; em outubro se ausentou mais duas vezes e, nos dois últimos meses do ano, não registrou faltas.

Neste ano, Joelson não faltou sessões em fevereiro; em março não esteve em uma reunião, especificamente no dia 20 e justificou com o motivo ‘AJ2’. Em abril, ele faltou seis vezes pelo mesmo motivo; em maio, seis vezes também pelo mesmo motivo e junho mais três vezes.

Em julho, o parlamentar não esteve nas sessões dos dias 3 e 12. No mês de agosto, a CMM realizou 14 sessões ordinárias e o vereador faltou a todas por motivo de força maior e também apresentando atestado médico; em setembro ocorreram 10 sessões e Joelson faltou a 8 delas.

No mês passado, Joelson se ausentou três vezes, nos dias 4, 18 e 23. Uma por motivo de saúde e as outras duas por motivo de força maior.

Segundo lugar

Em segundo lugar, com 52 faltas, vem David Reis – que também já comandou a Casa legislativa em 2021 e 2022.

Em 2021, o vereador faltou somente seis vezes. No ano seguinte, Reis esteve ausente em 23 sessões ordinárias e, até outubro deste ano, o político também faltou 23 vezes.

Nos meses de fevereiro, março e abril do primeiro ano do atual mandato, o ex-presidente não registrou ausências. Em maio, o vereador faltou quatro vezes: uma por ter assumido a Prefeitura da capital e as outras três para representar a Câmara em missão oficial.

O vereador faltou mais duas vezes em junho por estar como prefeito interino nos dias 8 e 9. Nos restantes dos meses do ano, Reis não se ausentou mais das sessões, totalizando, assim, seis faltas em 2021.

No ano passado, porém, o político começou a faltar no mês de abril, registrando faltas nos dias 11, 12 e 13, todas pelo motivo: ‘AJ3’. No mês seguinte ele faltou uma vez por motivo de saúde; em junho também se ausentou de uma sessão por motivo de força maior – o que se repetiu em julho, quando registrou uma falta no dia 4.

Em agosto, o parlamentar faltou, no dia 8, após apresentar atestado médico. Nos dias 21, 27 e 28 de setembro, David também não esteve nas sessões ordinárias.

Já no mês de outubro, Reis faltou uma vez por motivo de força maior e duas por motivo de saúde. As faltas foram nos dias 3,11 e 26. Em novembro, ele não esteve nas sessões dos dias 16, 21, 22, 23, 28, 29 e 30 e todas as ausências foram pelo motivo: ‘AJ1’ (atestado médico ou de óbito).

No último mês de 2022, David faltou três vezes, sendo nos dias 7, 13 e 19 por motivo de força maior ou motivo fortuito, segundo o Regimento da CMM.

Faltas de 2023

Somente até outubro deste ano, o parlamentar já acumula o total de faltas que registrou durante todo o ano passado, que são 23, o que significa que o vereador pode ter um recorde de ausências em 2023, já que o levantamento não inclui as informações de novembro e dezembro, porque esses relatórios ainda não estão disponíveis no site da Câmara.

David começou o ano de trabalho se ausentando de uma sessão em fevereiro, especificamente no dia 8, por motivo de saúde. Em março, o vereador se ausentou da sessão do dia 22, por motivo de força maior; no mês de abril ele registrou três faltas, nos dias 3, 5 e 11, uma por atestado médico e duas por motivo de força maior.

Já em maio, Reis faltou nos dias 2, 3, 22, 23 e 24. Três dessas ausências foram por motivo de saúde e duas por motivo de força maior.  No mês seguinte, o vereador faltou três vezes, duas por motivo de força maior e uma por motivo de saúde; em julho ele se ausentou das sessões dos dias 10 e 12.

No mês de agosto, David registrou três ausências por motivo de força maior, sendo nos dias 2, 7 e 30. Em setembro, ele faltou três vezes pelo mesmo motivo de agosto e, em outubro, teve mais duas ausências, também pelo motivo: ‘AJ2’.

Terceiro do ranking

O vereador de primeiro mandato, Elissandro Bessa, não se ausentou nos primeiros sete meses de 2021, vindo a registrar faltas somente nos dias 17, 18, 23, 24 e 25 de agosto por motivo de missão ou representação da CMM e atividades inerentes ao mandato. Nos outros meses do ano, Bessa também não faltou.

Já no ano passado, o parlamentar faltou duas vezes no primeiro mês de trabalho, pelo mesmo motivo que registrou as faltas em 2021. No mês de março, não registrou faltas; em abril faltou quatro vezes, nos dias 13, 18, 19 e 20 e todas foram pelo motivo: ‘AJD’, que é ausência justificada com desconto por solicitação do vereador.

Em maio, Elissandro não se ausentou de sessões na Casa legislativa; em junho, faltou no dia 15 por motivo de força maior; em julho, agosto e setembro, o parlamentar não deixou de ir às sessões. Já em outubro, faltou uma vez por motivo de força maior, no dia 19.

Neste ano, Bessa não faltou em fevereiro; em março faltou sete vezes, que foram nos dias 1º, 13, 14, 15, 20, 21 e 22; em abril faltou três sessões; em maio mais três vezes; no mês de junho duas vezes, nos dias 6 e 7 por motivo de força maior e em julho faltou três vezes por motivo de saúde.

Já em agosto novamente se ausentou por três vezes pelo motivo ‘AJ3’; em setembro Bessa não faltou e em outubro registrou quatro ausências nos dias 16, 17, 18 e 23.

Quarta posição

O vereador Gilmar Nascimento, que ocupa a quarta posição na lista, iniciou o seu atual mandato em fevereiro de 2022, ficando com a vaga de Sandro Maia. Somente em 2022 e até outubro deste ano, o parlamentar já acumula 39 ausências.

Em fevereiro, março e abril do ano passado, ele não registrou faltas. No mês de maio, Gilmar não esteve na CMM nos dias 3 e 18 por motivo de força maior.

No dia 20 de junho ele faltou pelo mesmo motivo; em julho o político não esteve em nenhuma das seis sessões realizadas no Parlamento e todas pelo motivo das faltas anteriores.

Em agosto, o parlamentar faltou mais três vezes, exatamente nos dias 2, 3 e 24; em setembro registrou uma ausência no dia 28; em outubro duas, nos dias 17 e 18 também por motivo de força maior; em novembro teve mais duas faltas e em dezembro, somente uma falta.

No penúltimo ano da atual legislatura, Gilmar já faltou a 21 dias de trabalho. Em fevereiro não faltou, mas em março faltou no dia 28 por motivo de força maior; em abril esteve ausente sete sessões, nos dias 4, 5, 10,11, 17, 18 e 24. Quatro delas por motivo de saúde e três por motivo de força maior.

O político não faltou sessões em maio; em junho registrou duas ausências; em julho não faltou, mas em agosto faltou nos dias 1º, 2, 14, 15 e 16 pelos mesmos motivos que faltou anteriormente.

Em setembro, faltou mais duas vezes e, em outubro, outras três vezes; todas por motivo de força maior. As faltas do mês passado foram registradas nos dias 4, 16 e 23.

Outros seis mais ausentes

Na sequência, ocupando o quinto lugar, aparece o vereador Rosivaldo Cordovil (PSDB), com 36 faltas. Em sexto, vem o vereador de primeiro mandato Elan Alencar (Democracia Cristã), com 35 ausências e na sétima posição dos mais faltosos está Marcel Alexandre (Avante) com um total de 32 faltas.

No oitavo lugar, aparece o vereador João Carlos (Republicanos) com 31 ausências. Já o nono lugar é de dois vereadores: Allan Campelo (Podemos) e Professora Jacqueline (União Brasil), que possuem 29 ausências, cada.

O décimo lugar é do vereador Rosinaldo Bual (PMN), que registrou em quase três anos de mandato, exatamente 27 faltas.

Assíduos

Rodrigo Guedes é o vereador mais assíduo no período analisado pela reportagem do AM1, com somente uma falta registrada no dia 11 de abril deste ano, por motivo de força maior.

Em seguida, aparece Ivo Neto (Patriota) com apenas duas ausências. Uma delas foi registrada no dia 8 de junho, que foi justificada pelo motivo: ‘AJ1’, que é ausência por atestado médico ou óbito e a outra no dia 13 de julho pelo motivo de representação da CMM ou atividades relacionadas ao mandato.

Depois de Ivo, aparece o vereador Roberto Sabino (Podemos), com apenas 3 ausências.

O presidente da CMM, vereador Caio André (Podemos), também está na lista dos assíduos, com apenas seis faltas em 2021, 2022 e 2023. Em seguida, vêm os vereadores Kennedy Marques (PMN) e Professor Samuel (PL) com somente sete faltas, cada um.

Depois desses, está o vereador Eduardo Assis (Avante) com 8 ausências e, em seguida, fechando a lista dos mais assíduos, aparece Daniel Vasconcelos (Podemos) com apenas 10 faltas durante os três anos.

Outro lado

A nossa equipe enviou uma solicitação para os primeiros quatro vereadores do ranking, questionando como eles avaliavam o fato de serem os parlamentares da CMM que mais estiveram ausentes nas reuniões da Casa. As sessões ordinárias no Parlamento acontecem todas as segundas, terças e quartas-feiras pela manhã.

O vereador Joelson respondeu que estava em tratamento após o falecimento da filha de 18 anos. “Se imagine nessa situação”, disse à reportagem.

Já o vereador Bessa, que é o terceiro com mais faltas, disse que teve um acidente doméstico que ocasionou uma cirurgia no joelho, com tratamento longo, bem como participou de alguns eventos fora de Manaus, onde esteve representando a Casa legislativa.

Bessa também afirmou que algumas faltas foram computadas mesmo ele estando na Câmara. “Isso acontece quando nos ausentamos do plenário e o presidente, por algum motivo, reabre com uma sessão extraordinária. Em outros casos, pedi para ser descontado da minha folha”, informou.

A assessoria de David, que ocupa a segunda posição no ranking, não respondeu, assim como o vereador Gilmar Nascimento.

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