Manaus, 1 de junho de 2024
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Cenário

Kennedy quer proibir acorrentamento de animais, mas especialista reprova ideia

Felipe Turello, que é domador, diz que as leis para a causa animal poderiam ser melhor aproveitadas, já que, segundo ele, “há um número populacional gigantesco de cães abandonados”.

Kennedy quer proibir acorrentamento de animais, mas especialista reprova ideia

Vereador Kennedy Marques (Foto: Reprodução/Redes Sociais/freepik)

Manaus (AM) – O domador de cães Felipe Turello reprovou o Projeto de Lei n.º 28/2024, de autoria do vereador Kennedy Marques (MDB), que quer proibir o acorrentamento de animais (cães e gatos) em áreas de risco de Manaus.

A proposta, que está em fase de tramitação na Câmara Municipal de Manaus (CMM), proíbe o uso de correntes em animais domésticos e domesticados em residências, estabelecimentos comerciais, industriais ou públicos, que estejam localizados nas áreas de risco de catástrofes naturais, mapeadas pela Defesa Civil.

No entanto, Felipe Turello diz que o debate sobre a proposta é mais amplo do que parece. Segundo ele, existem cães, por exemplo, que só devem ser acorrentados em casos de extrema agressividade.

“Acredito que as leis poderiam ser mais vigentes e melhor aproveitadas, já que a gente ainda tem um número populacional gigantesco de cães abandonados e de cães de rua. Eu acho que o ato de proibir acaba assustando também as pessoas”, declarou o domador.

De acordo com ele, o tema seria melhor abordado por meio da conscientização da população sobre adoção.

“Por que não se pensa em abordar o tema fazendo uma conscientização sobre adoção, fazendo uma política pública onde a gente obtém desconto em algum imposto quando adota algum cachorro, quando resgatasse algum animal de rua? Com isso, o Centro de Zoonoses faria a fiscalização correta”, defende Turello.

Ainda segundo o especialista, qualquer ação gera custo ao poder público, mas são custos que a longo prazo trazem “bons resultados”.

Tragédia Rio Grande do Sul e animais

Kennedy apontou, na proposta, que os trágicos acontecimentos no Rio Grande do Sul revisitaram a ‘gravidade de manter os animais acorrentados, dificultando operações de resgate ou de salvamento da própria vida’.

“Os animais não têm voz, nós falamos por eles, então não podemos aceitar que lhes seja retirado o direito que eles têm de lutar pela própria vida, acorrentando-os e deixando-os para trás em tragédias como essas. É urgente que este projeto de lei seja aprovado e que haja fiscalização intensa neste sentido”, disse o parlamentar.

Já Felipe Turello comentou que a catástrofe mostra, justamente, a necessidade de observar que o Rio Grande do Sul tem baixo número de cães de rua.

Segundo ele, algumas pessoas acorrentam cães não por não gostarem, mas por inexperiência ao manejar os animais. Dessa maneira, esses tutores é quem deveriam ser avaliados e notificados.

Ele diz que faltam políticas públicas para adestramento e educação canina. O domador apresentou, ainda, o Teste do Cão Sociável (TCS), que está em análise e deve chegar a Manaus futuramente. A ideia, segundo Felipe Turello, é comprovar que o cão é sociável e evitar ataques.

 

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