Manaus (AM) – As câmaras municipais de vereadores têm grande importância no contexto político e administrativo de uma cidade. Devido a essa importância, o Portal AM1 fez um levantamento para saber quais foram os presidentes da Casa legislativa manauara nos últimos 20 anos e também saber quais deles não se reelegeram neste período.
Como resultado do levantamento, observou-se que a Câmara Municipal de Manaus (CMM) teve apenas um presidente que foi reeleito e cumpriu dois biênios seguidos, que foi o então vereador Wilker Barreto, que, hoje, é deputado estadual reeleito. Quando foi vereador e presidente da CMM, Wilker era filiado ao extinto PHS, hoje incorporado ao Podemos.
O Portal AM1 analisou que, ao longo desses 20 anos, de 2003 a 2023, o Plenário Adriano Jorge foi presidido por 11 lideranças, sendo duas vezes por Alberto Carijó (PRTB/PTB) em legislaturas diferentes.
Das 11 lideranças, apenas três continuam no Parlamento municipal, que são: Joelson Silva (sem partido), David Reis (Avante) e Caio André (Podemos) que, no próximo dia 6, iniciará o seu segundo ano na presidência da 18ª Legislatura.
Além de identificar quem ainda está no Parlamento, o Portal AM1 também observou que dos ex-presidentes que passaram pelas última seis eleições, poucos continuaram na vida política e a maioria decidiu voltar à vida a qual pertencia antes da vida pública.
Luíz Alberto Carijó, que comandou a Casa em 2003 e no biênio 2009-2010, passou pelo secretariado do ex-prefeito Arthur Neto e assumiu a Secretaria Municipal de Extraordinária de Articulação Política. Foi prefeito interino várias vezes enquanto vereador e, em 2019, foi homenageado na Câmara Municipal de Manaus com a “Medalha de Ouro Cidade de Manaus”, maior honraria da Casa, por relevantes serviços prestados à cidade.
Ele deixou a Câmara no dia 31 de dezembro de 2016 e encerrou a sua carreira política ali mesmo. Em seu discurso de despedida, Carijó disse que “já estava na hora de dar lugar a outras pessoas com novas energias e ideias para o Parlamento Municipal”.
Paulo Nasser presidiu a CMM em 2004 e morreu em 22 de março de 2018, aos 71 anos. Ao deixar a Câmara Municipal de Manaus, voltou a sua vida normal trabalhando na área da saúde. Enquanto vereador, ele atuou com o foco voltado à área da saúde e contribuiu para o desenvolvimento desta tanto na capital quanto no Estado.
Inclusive, foi homenageado na CMM e na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) pelos motivos citados anteriormente.
Chico Preto presidiu o biênio de 2005-2006, depois assumiu vaga na Aleam como suplente, sendo eleito como deputado estadual no ano seguinte e, em 2016, retornou à CMM como vereador.
Ao desejar a cadeira da Prefeitura de Manaus em 2020, perdeu a corrida eleitoral sem o apoio do Avante, partido do prefeito David Almeida. Em 2022, também se candidatou ao Senado e perdeu novamente. Desde então, segue tentando retornar à vida pública. Ano passado, no mês de dezembro, ele se filiou ao Partido Liberal (PL).
João Leonel Feitoza presidiu a CMM por dois anos: 2007-2008. Desde que deixou a Casa, ele segue concorrendo a cargos municipais e até majoritários, como o de prefeito de Iranduba no ano de 2020, quando não foi eleito.
Isaac Tayah exerceu o cargo de presidente da CMM em 2012 e 2013. Tayah chegou a disputar a reeleição pela presidência da Casa com Bosco Saraiva, mas desistiu no dia da votação e quem levou a melhor foi o oponente.
E em 2020, ao perder sua vaga para Raiff Mota (DC), ex-levantador de toadas do boi Caprichoso, Tayah deixou a carreira política e voltou a trabalhar como médico.
Quanto a Bosco Saraiva, que venceu as eleições para ocupar a cadeira majoritária na Câmara Municipal de Manaus em 2013-2014, suas expectativas na vida política só cresceram e o levaram à Aleam em 2014.
O parlamentar não parou por aí; e em 2017, foi eleito vice-governador do Amazonas, para um mandato-tampão na chapa de Amazonino Mendes (in memoriam), assumindo a Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM), no período de outubro de 2017 a abril de 2018.
Em 2019, foi eleito deputado federal pelo Solidariedade. Em 2023, assumiu o cargo de superintendente na Zona Franca de Manaus (Suframa).
Joelson Silva foi eleito por unanimidade, em 2019, pelos vereadores daquela legislatura e permaneceu no cargo por dois anos, como os demais.
Após a sua saída da presidência, voltou ao Parlamento e segue “apagado” na atual Legislatura, principalmente, após a morte de sua filha Judy Cristine Cardoso, jovem de 18 anos, após uma longa luta contra uma doença rara no sangue. O vereador é um dos que mais faltaram na Casa legislativa no ano de 2023.
Já o filho do ex-secretário de Limpeza Pública de Manaus, Sabá Reis (Avante), David Reis teve o mandato de presidente da CMM marcado por escândalos. Entre eles, estão a aquisição do “Kit Selfie”, avaliado em mais de R$ 640 mil, além da folha de pagamento de R$ 16,9 milhões – valor referente aos funcionários da CMM, e o projeto para construir um prédio anexado à Casa – que ficou conhecido como “puxadinho” – orçado em mais de R$ 30 milhões.
David presidiu o Plenário em 2021 e 2022 e ainda tentou burlar a Loman (Lei Orgânica de Manaus) e o Regimento Interno para ser reeleito. No entanto, Caio André, atual presidente da 18ª Legislatura, que era terceiro-vice-presidente da Câmara, puxou o coro contra a intenção de David Reis e o impediu, junto do Parlamento, que a Loman fosse violada.
Como consequência, no dia em que Caio André foi eleito presidente para o biênio 2023-2024, David não apareceu para passar a faixa ao “desafeto”. Além dele, outros vereadores que eram seus aliados também não foram à posse de Caio André. O vereador segue presidindo a CMM.
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