Manaus, 27 de abril de 2024
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Manaus, 27 de abril de 2024

Cenário

População não se sente representada por vereadores de CMM

Se por um lado, os vereadores são vistos como parlamentares que não cumprem as obrigações na CMM, alguns eleitores também nem ao menos lembram em quem votaram.

População não se sente representada por vereadores de CMM

Manaus (AM) – No feriado nacional da Proclamação da República, celebrado nesta quarta-feira (15), a equipe do Portal AM1 foi às ruas de Manaus para colher as opiniões dos cidadãos sobre a atual situação da Câmara Municipal de Manaus (CMM). A constatação foi quase unânime: a maioria dos entrevistados expressou uma clara desilusão com os vereadores que ocupam os cargos na capital amazonense.

Ricardo Silva de Jesus, operador de máster, foi contundente em suas críticas aos legisladores atuais, alegando que, apesar de serem eleitos pelo povo, pouco ou nada fazem em prol da população. Diante desse cenário, Ricardo declarou sua intenção de não votar em nenhum dos vereadores na próxima eleição, ressaltando a falta de representatividade e a urgência de uma mudança significativa.

” Não me sinto representados por nenhum deles. Olha como está Manaus, as ruas, as praças e o povo. Aí, agora, vai chegar a política [eleição] e eles vão todos para as ruas pedir votos, eles deveriam era levar água quente nas costas para não estarem mais pedindo votos, bando de sem vergonha”, criticou o operador.

Ele enfatizou que a população está à “mercê” dos parlamentares e fez um apelo para que, no próximo pleito, os eleitores reavaliem os candidatos, evitando a perpetuação deles nas casas legislativas e destacando a crescente insatisfação com o enriquecimento dos políticos à custa do dinheiro público.

A estudante Amanda Araújo também disse que não se sente representada pelos vereadores e se mostrou insatisfeita com a falta de investimentos em áreas essenciais como saúde e educação em Manaus.

“Se for também olhar a questão da segurança, principalmente, no Parque 10, que ainda tem pouca visibilidade nessa questão e bairros carentes, onde a criminalidade ela é muito alta, não, eu não me sinto representada por eles”, disse.

Questionada se votaria em um dos 41 vereadores que compõem a CMM, atualmente, Amanda respondeu que não.

Amanda Araújo – estudante

O aposentado Carlos Farias expressou sua insatisfação, colocando em questão até mesmo o conhecimento dos vereadores sobre as próprias obrigações e papel quando eleitos.

Ele criticou a falta de comprometimento durante as campanhas eleitorais, destacando que as promessas, muitas vezes, estão fora das competências dos vereadores.

Carlos também ressaltou que as leis propostas pelos vereadores, muitas vezes, se limitam. Um exemplo disso é a troca de nomes de ruas, deixando de lado assuntos de relevância para a população. Além de criticar os salários “gordos” deles para quem faz tão pouco.

“Eles, em época de campanha, prometem até o que não têm condições de fazer e não sabem nem o papel que eles vão desenvolver, que é representar o povo, criar leis, fazer cobranças junto aos Poderes que competem, no entanto, é uma negação”, criticou.

Bancada do povo

Para o especialista político Carlos Santiago, o povo,, muitas vezes, não se sente representado pelos políticos pela questão de que quando são eleitos, eles esquecem os interesses da população e se dedicam aos interesses da Prefeitura e Governo.

“Os parlamentares se elegem como representantes da sociedade, no entanto, no parlamento eles acabam se tornando meros representantes dos interesses do prefeito, do governador e do presidente. Se esquecem que são representantes da sociedade”, destaca o Santiago.

Ele lembra que, por exemplo, na CMM, hoje, tem a bancada do governador, a bancada do prefeito e falta a “bancada do povo que elegeu todos que estão lá”.

Em cima do muro

O veterinário Gerivelson de Oliveira disse que se sente representado pela atual legislatura da Câmara e afirmou que as pessoas fazem críticas e acabam generalizando todos e, muitas vezes, não sabem procurar as propostas feitas por eles.

“Se você for procurar, mais de 50% deles têm projetos, fiscalizam e têm leis. Às vezes, por um, pagam todos. Outros pegam culpa por outros vereadores que não são daqui”, disse.

O autônomo Ednelson Lima Almeida, por sua vez, disse que se sente representado pelo candidato que ele elegeu, no entanto, não lembra quem foi o candidato que votou.

“O candidato que elegi, ele tem me representado dentro daquilo que criei, uma expectativa em cima daquilo que ele podia me representar. Agora, falar pelos outros fica difícil, porque os critérios que eles estabeleceram para se eleger não é muito da minha praia. Por regra geral, acredito que sim, os vereadores estão cumprindo o papel deles […]. Mas de fato, temos mais afinidade com o candidato que a gente votou”.

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