Manaus, 20 de maio de 2024
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Cenário

Acumulando derrotas, Amazonino Mendes tenta conquistar votos para 2022

Representando o recém-nascido União Brasil, Amazonino mira novamente no posto de governador do Amazonas, após derrota nas eleições de 2018

Acumulando derrotas, Amazonino Mendes tenta conquistar votos para 2022

Foto: Reprodução

MANAUS, AM – Prestes a completar 82 anos, em novembro, Amazonino Mendes confirmou a pré-candidatura ao Governo do Amazonas nas eleições de 2022. Apesar da idade avançada, esta é a terceira eleição dentro de um período de quatro anos que o ex-governador tenta se eleger.

Desta vez, Amazonino vai representar o “União Brasil”, partido firmado nesta semana entre a fusão do DEM e do PSL. O objetivo da legenda é eleger 12 governadores e manter a maior bancada no Congresso.

Mesmo antes da fusão, Amazonino já mostrava uma movimentação para a candidatura. Com um ano antes das eleições, o ex-governador começou a mobilizar as redes sociais e relembrar os feitos de quando assumiu a cadeira.

Em pesquisa realizada pelo Instituto Real Time Big Data, divulgada no último dia 13 de setembro, Amazonino Mendes lidera as intenções de voto para o Governo do Amazonas. O político aparece com 28% contra 15% do atual governador Wilson Lima, empatado com o deputado federal José Ricardo.

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Em terceiro lugar, o senador Eduardo Braga, que também se articula para concorrer à cadeira, com 13% das intenções de voto, e Ricardo Nicolau com 3% das intenções. Ainda 22% dos entrevistados afirmaram que anulariam ou votariam em branco, e 4% das pessoas ouvidas na pesquisa não souberam ou não quiseram responder.

Em outro momento da pesquisa, em que não é listado os nomes dos candidatos, ou seja, os eleitores respondem de maneira espontânea, Amazonino também dispara entre a população. O ex-governador aparece com 6% das intenções, com uma pequena diferença para a segunda posição, que é de Wilson Lima, com 5% dos votos.

Apesar de ser popular entre os eleitores, esse não foi o melhor momento para Amazonino, que disputará mais uma eleição no período de quatro anos. Acumulando derrotas, o ex-governador tenta atrair um novo eleitorado e uma nova legenda para, desta vez, conseguir se eleger.

Derrota em 2018

Defendendo a reeleição, Amazonino Mendes representou a coligação “Eu voto no Amazonas”, e agregou diversos partidos na corrida pela cadeira. Com Rebeca Garcia como vice na chapa, Amazonino chegou a liderar as pesquisas eleitorais com margem de erro em três pontos percentuais.

No entanto, as pesquisas não foram o suficiente para garantir o favoritismo do “Negão”, que acabou ficando na segunda colocação no primeiro turno das eleições em 2018. Foram 32,74% votos contra 33,73% do primeiro colocado, Wilson Lima.

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Apelando para programas sociais criados quando foi prefeito de Manaus, Amazonino tentou se destacar no segundo turno, porém, a popularidade caiu e Wilson Lima disparou. Durante as pesquisas realizadas no segundo turno, Lima aparecia com 60% das intenções de voto contra apenas 34% de Mendes, com margem de erro de três pontos percentuais.

Foto: Divulgação

Desta vez, as pesquisas acertaram em cheio e Amazonino foi derrotado por Wilson Lima, que tentava se eleger pela primeira vez. Foram mais de um milhão de votos, ou seja, 58,50% dos eleitores apertaram o “confirma” da urna eletrônica para eleger Lima.

Amazonino, que antes liderava as intenções de voto, alcançou apenas 733 mil votos no segundo turno das eleições, e terminou a campanha com 41,50% dos votos válidos. Vale lembrar que foram mais de 6% devotos nulos, 1,07% de votos brancos e 21,39% abstenções, cerca de 519 mil eleitores.

Vale lembrar que Amazonino ainda declarou apoio a eleição do presidente Jair Bolsonaro. Na época, ele quase foi expulso pelo partido PDT por apoia a candidatura de Bolsonaro.

Vice de novo

Não satisfeito em não ter sido eleito, Amazonino tentou conquistar a preferência da população manauara nas eleições para prefeito de Manaus, em 2020. Com uma nova abordagem, tentando conquistar o público jovem, o ex-governador e ex-prefeito apareceu descolado e militante para tentar o novo eleitorado.

Diferentemente do que ocorreu em 2018, Amazonino era o favorito até o primeiro turno, mas foi superado por David Almeida, o qual foi eleito prefeito de Manaus. Na época, Amazonino liderou os votos válidos e levou a eleição para o segundo turno com 23,91% dos votos, contra 22,36% de Almeida.

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Em uma disputa bastante acirrada e com dificuldades da pandemia da covid-19, o ex-prefeito não pôde cumprir agenda presencial e também não participou de debates. A estratégia usada por Amazonino foram às redes sociais e, ele chegou até a investir em jogos para celulares, além de mostrar que estava por dentro do mundo dos games.

Com o bordão “O pai tá ON”, que foi bastante usado em 2020 pelos jovens, Amazonino criou a sua campanha e conquistou votos dos eleitores manauaras que não se identificavam com as propostas de David Almeida. Se em 2018 o ex-governador declarou apoio ao Bolsonaro, em 2020 Amazonino mudou o discurso e passou a criticar os posicionamentos do presidente.

No entanto, a abordagem não foi o suficiente para impedir uma nova derrota nas eleições. Dividindo voto a voto com David Almeida, o ex-governador teve 443.747 votos, ficando com o total de 48.73%. Já o atual prefeito, obteve 466.970 votos, somando 51,27% dos votos válidos e se elegendo o prefeito de Manaus.

Foto: Divulgação

Após a contagem das urnas, Amazonino reconheceu a nova derrota em eleições. “Faz parte da vida. Então me resta o quê?! Eu entender e continuar esse amor que sempre tive pelo povo de Manaus e desejar que a nova administração, independentemente de ser feita por meu adversário vitorioso, seja uma ótima administração. Por você, para o seu bem. Afinal, você escolheu”, disse.

Tentando mais uma vez

De acordo com o ex-governador, a sua pré-candidatura pelo União Brasil “será gigante no Amazonas”. “Com apoio de um partido forte nacionalmente vamos construir as bases para a transformação econômica e social do nosso Estado, e levar esperança ao nosso povo, principalmente dos bairros e do interior, que foram os que mais sofreram por conta de um governo desastroso”, afirmou.

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Pré-candidatura

Em comunicado para anunciar a candidatura pelo partido, Amazonino revelou que o plano do União Brasil para o Amazonas é eleger três deputados federais, uma enorme bancada de deputados estaduais, além do senador e governador.

Ainda segundo Amazonino, a prioridade é instalar diretórios municipais em todos os municípios do Amazonas, além de atrair lideranças locais. O ex-governador ainda destacou que não ficará na presidência do diretório estadual, mas que vai assumir o comando para que o partido seja tão forte no Amazonas, quanto nacionalmente.

“Eu prometo a vocês que agora começaremos um trabalho profundo para que o União Brasil seja também, de longe, o maior partido do nosso Estado. Vamos de município a município consagrar essa nova sigla, a sigla da nossa esperança, União Brasil”, anunciou Amazonino.

União Brasil

Firmado oficialmente nessa semana, o União Brasil “nasce” com 82 deputados federais, oito senadores e quatro governadores. Atualmente, a legenda é o maior partido do país, com o maior volume de recursos do fundo eleitoral e com o maior tempo de propaganda eleitoral entre todos os partidos.

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