Manaus, 26 de maio de 2024
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Cenário

Análise: ‘democracia é palco de conflitos, mas não pode tolerar intolerância’

Para Santiago, o Brasil vive, hoje, a plena democracia

Análise: ‘democracia é palco de conflitos, mas não pode tolerar intolerância’

Foto: acervo pessoal

MANAUS – O pleito deste ano começa a desenhar um cenário carregado e bastante ameaçador. Faltando poucos meses para as eleições, o Brasil já registra diversos ataques, sendo que um homem, o guarda municipal Marcelo Arruda, foi assassinado em Foz do Iguaçu (PR) enquanto comemorava seu aniversário de 50 anos com temática do PT, usando bandeiras e cores do partido, além de uma foto do ex-presidente e pré-candidato à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva. O petista foi assassinado por José da Rocha Guaranho, que se declara bolsonarista ferrenho.

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Tal situação levanta diversos questionamentos diante dessa eleição de 2022, já marcada pela violência política, quer seja por agressão física, psicológica, econômica, simbólica ou sexual contra a mulher.

No entanto, o sociólogo, analista político e advogado Carlos Santiago pontua que “o Brasil vive, hoje, a plena democracia”. E “que a democracia é um palco de conflitos, de embates”. No entanto, Santiago adverte que “não pode tolerar a intolerância”.

“As denúncias de qualquer tipo de assédio, assédio moral às instituições, as denúncias de violência contra as mulheres são exemplos de que vivemos novos tempos. Tempos de liberdade, tempos de consolidação da democracia. Tempo em que as pessoas estão livres para denunciar, para questionar, para criticar, mesmo as autoridades mais importantes desse país. Claro que existem extremos, existem conflitos de intolerância, mas a democracia, mas o Brasil é muito maior que isso. O brasileiro, hoje, quer a democracia, quer eleições limpas, quer transparência,” ressaltou o analista Carlos Santiago.

Foto: divulgação

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Santiago acentua, ainda, que o Brasil vive hoje a plena democracia. E esses atos e fatos envolvendo debates de ideias, debate de ideologias; essas críticas públicas de autoridades contra autoridades; a liberdade dos partidos políticos; a liberdade de expressão – tudo faz parte desse sistema político. E quando não acontece, a Justiça tem punido aqueles que agem contra a liberdade de expressão.

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“As sociedades, nas pesquisas de opinião pública, estão criticando as instituiçoes de Estado e também os governos, porque tudo isso faz parte do amadurecimento em que chegamos. Em que a democracia é um palco de conflitos, de embates. Só não pode tolerar a intolerância. A intolerância não cabe num país democrático, independentemente do resultado das eleições de 2022. Seja qual for o presidente da República, esse ambiente de liberdades de questionamentos de denúncias contra algo ilegal, de denúncias de assédio continuará, porque o brasileiro e a brasileira estão se sentido com muita liberdade para questionamentos e denúncias contra qualquer autoridade, contra qualquer brasileiro.

Carlos Santiago disse, ainda, que “as eleições são importantes porque consolidam o sistema democrático, consolidam a democracia. Porque a democracia vive de eleições periódicas, também. E as eleições são o alimento da democracia, e vão acontecer de forma livre, de forma ágil, e acima de tudo, com muita confiança,” reforçou Santiago.