Manaus, 20 de abril de 2024
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Cenário

Vetado pela Justiça de ser prefeito em Coari, Adail defende irmã

A deputada estadual Mayara Pinheiro (PP) processou o radialista Raione Queiroz por ofensas nas redes sociais e pede indenização de R$ 40 mil

Vetado pela Justiça de ser prefeito em Coari, Adail defende irmã

Foto: Reprodução/ rede social/ Instagram

COARI, AM – Após a deputada estadual Mayara Pinheiro (PP) processar o radialista Raione Queiroz por ofensas nas redes sociais e pedir indenização de R$ 40 mil, o ex-prefeito de Coari, Adail Filho (PP), saiu em defesa da irmã e importante aliada política: “Violência moral e psicológica é crime!”, diz trecho de postagem no Instagram.

No início deste mês, a defesa de Mayara acionou a Justiça do Amazonas contra Raione, que é um dos principais opositores políticos da Família Pinheiro, no município. No processo, ela alega que entendeu ter sido chamada de “quenga” pelo radialista, que usou a expressão “queima, quengaral”, em um texto publicado na rede social.

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Longe do comando de Coari, após ter sua candidatura indeferida nas eleições de 2020 pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM), Adail Filho usou seu perfil oficial, nesta semana, para defender a irmã do suposto ataque do radialista.

“Na política trilhamos caminhos diferentes, mas há situações que essa questão precisa ficar de lado. Não podemos nos calar ao ver uma mulher ser insultada por um homem com insinuações de cunho pejorativos. Respeito é uma via de mão dupla. Para ganhar o respeito, precisa mostrar o respeito! Violência moral e psicológica é crime! Minha solidariedade a você minha irmã @dramayaraoficial que de forma sórdida vem sofrendo ataques criminosos e inaceitáveis!”, escreveu.

Bastidores dão conta de que mesmo afastado do Executivo Municipal, Adail Filho age como se ainda estivesse à frente da Prefeitura de Coari com publicações e postagens que remetem à sua gestão. No mês passado, o ex-prefeito chegou a publicar vídeo com frases que ele recebe de internautas.

Todos os recados buscavam elogiar a gestão de Adail Filho em diferentes setores da prefeitura. Além disso, sua página oficial é repleta de fotos ou vídeos antigos, para relembrar sua administração em Coari.

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Desde que ele e o ex-vice-prefeito Keitton Pinheiro tiveram suas candidaturas cassadas pelo TRE-AM, eles recorreram da decisão junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em abril, o ministro Tarcísio Vieira de Carvalho Neto, que é relator do caso, negou o recurso especial e manteve a decisão.

Este mesmo recurso deverá ser analisado pelo colegiado do TSE em sessão que ainda não tem previsão para ocorrer, conforme informado pelo advogado de defesa dos ex-gestores de Coari, Daniel Nogueira. “A situação do registro dele está no TSE e estamos aguardando o TSE decidir. Teve uma decisão monocrática do objeto de recurso. E a gente aguarda uma decisão do TSE agora, do colegiado’, informou.

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Pedra no sapato’

Nos últimos meses, Raione Queiroz vem fazendo uma série de denúncias contra a Família Pinheiro no Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM) e Ministério Público do Amazonas (MP-AM). Ele é aliado de Robson Tiradentes, que foi o principal adversário de Adail Filho nas eleições municipais de 2020.

A dupla, inclusive, conseguiu na Justiça Eleitoral a cassação do mandato do irmão de Mayara. Desde então, a vereadora Dulce Menezes (MDB) assumiu interinamente a Prefeitura de Coari. Ela é tia de Adail Filho e Mayara Pinheiro e também vem sendo alvo de denúncias.

Para se ter uma ideia, partiu de Raione a denúncia de que o médico Luiz Reis Barbosa Júnior, que é marido de Mayara, acumulava cargos na Prefeitura de Coari. Mesmo morando em Manaus, ele continua recebendo pela administração pública. Após provocação no TCE-AM, a conselheira Yara Lins mandou suspender o pagamento dos salários.

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O radialista também denunciou um suposto esquema de funcionários fantasmas no gabinete da deputada Mayara, na Assembleia Legislativa. Segundo ele, pelo menos nove pessoas recebem dinheiro público sem nunca terem pisado na Casa Legislativa. Na lista dos suspeitos estão a sogra de Mayara, duas ex-madrastas, além da atual madrasta da parlamentar e até a babá da filha dela.

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Nem a gestão de poucos meses de Dulce Menezes à frente da Prefeitura de Coari ficou de fora das denúncias do radialista. Apesar do pouco tempo, ela já coleciona vários processos por irregularidades na administração pública.

Entre as denúncias no TCE, está a da locação de oito carros de luxo no valor de mais de R$ 3 milhões; aluguel de 30 motocicletas por R$ 1,4 milhão, que, inclusive, foi suspenso pelo TCE por indícios de superfaturamento; além de possíveis irregularidades na contratação de serviço de buffet, visto que há indícios de fraude na emissão de notas fiscais no valor de R$ 626 mil.

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Além dessas, uma das mais recentes trata da realização da festa de aniversário da cidade no mês passado, na qual a prefeitura ignorou a recomendação do MP para evitar as festividades devido ao risco de aglomerações e ameaça à segurança sanitária.

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Ela voltou a ser denunciada no Tribunal de Contas por irregularidades por indícios de fraude em um contrato de mais de R$ 1,9 milhão para obra de urbanização que interliga o município às comunidades de Guarabira e Itapéua. A Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinfra) iniciou a mesma construção em 2020.

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