Foto: Reprodução
Manaus, AM – Após os escândalos que cercaram a Secretaria Municipal de Educação (Semed), Pauderney Avelino dá adeus ao cargo de secretário, que será ocupado por ninguém menos do que a irmã do prefeito David Almeida (Avante), Dulce Almeida. Para o vereador Rodrigo Guedes (PSC), a cadeira deveria ser ocupada por uma pessoa experiente e acredita que a nomeação seja “no mínimo imoral”.
Oposição do prefeito na Câmara Municipal de Manaus (CMM), o vereador afirmou ao Portal Amazonas 1 que, ao contrário de David Almeida, não nomearia parentes para ocuparem cargos públicos. “Acredito que seja no mínimo imoral a nomeação da irmã para a maior Secretaria do Município, e sem experiência de gestão, fora os cargos dados pelo irmão”, disse.
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“Eu não nomeio e não nomearia nenhum parente meu para cargo público. A pessoa pública, não basta ser legal, precisa ser moral”, disparou. O parlamentar ainda acha “no mínimo estranho” que a maioria do secretariado da Prefeitura de Manaus receba homenagens na CMM.
Nessa semana, os vereadores aprovaram a homenagem inusitada para Dulce Almeida, que estava à frente do Fundo Manaus Solidária. Vale lembrar que ela receberá a honraria mesmo depois de estar envolvida em algumas irregularidades da pasta que comanda.
Guedes comentou que os vereadores devem fiscalizar a gestão, o que tem sido feito ao contrário. Ele ainda destacou que atitudes como essa criam “um constrangimento” para a CMM. “Considerando ainda que os secretários que atendem ou não as demandas encaminhadas pelos vereadores e os vereadores que devem fiscalizar os homenageados. Isso cria, no mínimo, um constrangimento à Câmara”, afirmou.
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Nepotismo?
De acordo com professor Lambert Melo, coordenador de comunicação do Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus, o órgão classifica a mudança como “nepotismo”, uma vez que o prefeito nomeou a própria irmã para o cargo maior na Secretaria de Educação de Manaus.
“Apesar de que possa existir na legislação algum amparo legal para que isso [nomeação] seja realizado. Mas no ponto de vista da moralidade e da ética e, principalmente, do ponto de vista das promessas feitas pelo próprio prefeito na sua campanha, dizendo que ele seria representante de uma nova política, onde a velha que tanto se pratica o nepotismo estaria totalmente enterrada”, disse.
Ainda de acordo com ele, a “dança das cadeiras” não terá tantas mudanças na administração da Semed. “O Pauderney já praticava na Semed aquilo que era orientado e determinado pelo prefeito, e a Dulce Almeida também irá fazer a mesma coisa”, explicou.
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Com relação a exclusão dos profissionais da Semed do benefício de auxílio-alimentação, o professor acredita que Dulce Almeida foi instruída para que a decisão dos vereadores “não respingue” na imagem do prefeito.
“Nós esperamos que essa solução seja discutida e debatida com o sindicato dos professores porque nós entendemos que é necessário o diálogo do patrão com os trabalhadores para que se possa chegar à melhor solução”, declarou.
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“Então, nesse momento,4 nós avaliamos que essa mudança é de praxe, visto que tem uma data eleitoral para ser respeitada. Mas, mudanças qualitativas dos encaminhamentos das ações da secretaria devem ocorrer, pois foi apenas trocar seis por meia dúzia”, explicou.
Segundo a assessoria jurídica do Portal Amazonas 1, a nomeação de Dulce Almeida para ocupar o cargo de secretária de Educação de Manaus não é uma prática de nepotismo, pois não se trata de um cargo comissionado. No entanto, não deixa de ser uma ação em que é necessário agir com moralidade.
Quem é Dulce Almeida?
Conhecida como uma das coordenadoras da campanha do irmão para a Prefeitura de Manaus, aliada de 1ª ordem, articuladora de ações sociais em prol da visibilidade de David Almeida, Dulce Almeida passará a ser responsável por um orçamento de R$ 1,8 bilhão – 25,35% do orçamento municipal previsto em R$ 7,1 bilhão para 2022 -, contratos na ordem de R$ 260 milhões e de uma das pastas estratégicas para a administração municipal – a educação – com a qual David Almeida tem tido embates e enfrentado resistência.
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